Antonio Tajani dedicou uma parte do seu discurso de boas-vindas, na abertura da sessão solene das reuniões da EuroLat – agendadas para a cidade italiana de Florença, entre 22 e 24 de Maio –, «a ofender e a agredir uma vez mais o Governo e o Povo venezuelano, com um discurso intervencionista e colonialista», lê-se na «Resposta à Agressão do Presidente do Parlamento Europeu, Sr. Antonio Tajani, à República Bolivariana da Venezuela».
Esta declaração foi subscrita pelos deputados João Pimenta Lopes, Eleonora Forenza e Estefania Torres (pela Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde) e por dois deputados da Venezuela, um de Cuba, cinco da Bolívia, dois da Nicarágua, três do Uruguai, dois da Argentina e um das Honduras, que integram a Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana (EuroLat).
Tajani segue «o mesmo guião promovido pelo imperialismo que, aliado à direita internacional, gera uma escalada de violência na Venezuela destinada a justificar uma intervenção estrangeira e o derrube do Governo democraticamente eleito do presidente Nicolás Maduro», salientam os subscritores do documento.
Num espaço – EuroLat – que tem como um dos seus objectivos promover a integração entre ambas as regiões, os deputados consideram a atitude de Tajani uma «falta de respeito perante o fórum parlamentar e a República Bolivariana da Venezuela», e, manifestando a sua «indignação e protesto», decidiram abandonar o local.
«Solidariedade reafirmada»
Os deputados da GUE/NGL na EuroLat também se posicionaram sobre as declarações de Antonio Tajani em Florença, afirmando que assumiu «uma atitude de agressão a um povo soberano».
Para os deputados da GUE/NGL que integram a EuroLat, da qual João Pimenta Lopes (PCP) é vice-presidente, a intervenção do Senhor Tajani caracteriza-se pela «falta de diplomacia política» e é uma «tentativa de interferência (repetida noutras ocasiões) nos assuntos internos da República Bolivariana da Venezuela».
Mostrando-se conscientes do «perigo que representam certos comportamentos intervencionistas por parte da União Europeia na situação de um país irmão, que não respondem mais que ao interesse geoestratégico e eleitoralista das elites europeias», os deputados reiteram a sua solidariedade com o povo venezuelano e reconhecem o «papel fundamental do diálogo entre as partes para a superação da actual situação».
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