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Entre condenações a Israel e críticas à ONU, Beit Lahia declarada zona de catástrofe

Prosseguem os ataques israelitas a vários pontos da Faixa de Gaza, com especial incidência no Norte, onde esta terça-feira as forças sionistas cometeram um novo massacre, com perto de 100 vítimas mortais.

Beit Lahia, no Norte da Faixa de Gaza Créditos / Prensa Latina

O Município de Beit Lahia, no Norte da Faixa de Gaza, declarou a cidade como zona de catástrofe, na sequência dos massacres sucessivos perpetrados pelas forças de ocupação e devido à situação humanitária insustentável.

Num comunicado citado pela Al Jazeera, o município palestiniano afirma: «Declaramos que a cidade é uma zona de catástrofe devido à guerra de extermínio e cerco israelita, e não tem comida, água, hospitais, médicos, serviços ou comunicações.»

A declaração segue-se a um ataque israelita contra um edifício, ontem, do qual resultaram pelo menos 93 mortos, 25 dos quais menores. Posteriormente, um novo ataque israelita contra a cidade provocou a morte a pelo menos 19 pessoas.

Em comunicado, o enviado das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland, classificou como «atrozes» estes massacres contra a cidade no Norte de Gaza.

«Este horrível ataque é mais um de uma série de incidentes letais recentes que provocaram grande número de vítimas, juntamente com uma campanha de deslocamentos massivos, no Norte de Gaza», afirmou o diplomata.

Em seu entender, a situação levanta sérias preocupações sobre violações do direito internacional humanitário. «Esta espiral interminável de morte e destruição tem de terminar de imediato», sublinhou.

Cuba jamais será indiferente à injustiça em Gaza

Ao intervir, ontem, num debate aberto nas Nações Unidas, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, considerou inaceitável a incapacidade do Conselho de Segurança da ONU para travar os massacres israelitas na Faixa de Gaza.

«O governo de Israel ataca e desdenha a ONU e o seu secretário-geral, atenta contra a segurança da Força Interina das Nações Unidas no Líbano e mantém em Gaza os ataques mais mortíferos da história contra o pessoal da Organização e trabalhadores humanitários», denunciou.

Lembrando que Israel continua a atacar hospitais, escolas e campos de refugiados nos territórios ocupados da Palestina, numa flagrante violação do direito internacional humanitário, Rodríguez alertou ainda para o alastramento do conflito no Médio Oriente, com agressões israelitas ao Líbano, à Síria e ao Iémen, e no meio de uma nova e perigosa escalada contra o Irão.

O diplomata cubano, refere a Prensa Latina, criticou ainda a impunidade com que Israel actua – «só possível pelo apoio cúmplice, político, militar, logístico e financeiro que a administração dos Estados Unidos presta à potência ocupante» –, deixando em evidência a «ineficácia» do Conselho de Segurança.

Rejeição da proibição israelita das actividades da Unrwa

Também ontem, Bruno Rodríguez condenou a aprovação pelo parlamento israelita de leis que proíbem as actividades da agência da ONU para os refugiados palestinianos (Unrwa) nos territórios ocupados, incluindo Jerusalém Oriental.

O texto da nova legislação proíbe que a Unrwa tenha qualquer representação, preste serviços ou realize actividades directa ou indirectamente dentro dos territórios ocupados da Palestina, o que afectará severamente a capacidade de actuação da agência na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada.

Na sua conta de Twitter (X), Rodríguez sublinhou que esta decisão viola a Carta das Nações Unidas e o direito internacional, e irá aumentar ainda mais o sofrimento do povo palestiniano.

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