Todos os anos, no final de Setembro, os habitantes de Gaza realizam um festival de natação na praia. Este ano, o Carnaval de Natação de Gaza realizar-se-á mais cedo, a 26 de Agosto, para coincidir com a iniciativa internacional de solidariedade com um povo que, sob ocupação israelita e sujeito a um cruel bloqueio, tem na praia o único espaço livre para o lazer.
«O Festival tem sido sempre um dia de diversão e felicidade na praia para as crianças de Gaza, e nós vamos juntar-nos a elas na sua alegria», refere o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) num comunicado. Em Portugal, a iniciativa vai ter lugar na Praia de Carcavelos (Cascais), entre as 13h e as 14h30. O evento será transmitido em directo para o Facebook e o YouTube, para que possa ser visto em qualquer parte do mundo, e no final, «um milhar de crianças de Gaza, que aprenderam a nadar este ano, vão ser vistas a entrar no mar».
De acordo com dados preliminares, o número de palestinianos mortos subiu para 25 e o de feridos para 70, na agressão militar de Israel contra a Faixa de Gaza iniciada há três dias. A aviação israelita atacou, esta quinta-feira, apartamentos a norte de Khan Yunis, provocando a morte de três pessoas, incluindo Ali Hassan Ghali, um comandante das Brigadas Al-Quds, a ala militar da Jihad Islâmica. Trata-se do quarto comandante da Jihad Islâmica da Palestina a ser assassinado no espaço de 48 horas. Entretanto, o movimento de resistência advertiu o governo de Telavive para as consequências destes bombardeamentos, que contaram com a luz de verde de Washington e contam com o apoio expresso de Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA, que esta quinta-feira reafirmou o direito de Israel à «auto-defesa». Neste contexto, a resistência palestiniana retomou esta madrugada o lançamento de rockets para os territórios ocupados por Israel, que activou o sistema Cúpula de Ferro para os tentar deter. Segundo refere a Al Mayadeen, com base na imprensa israelita, na quarta-feira, cerca de 500 rockets foram lançados a partir da Faixa de Gaza em resposta à agressão israelita, no âmbito de uma operação denominada Vingança dos Livres. Israel bombardeou, esta madrugada, a Faixa de Gaza, provocando a morte de 13 palestinianos, incluindo quatro crianças e quatro mulheres. Os EUA foram previamente informados da agressão militar. Aviões e drones das forças militares de Telavive atacaram casas e edifícios residenciais na Faixa de Gaza, esta madrugada, no contexto de uma operação dirigida contra membros do movimento de resistência Jihad Islâmica. Segundo revela o canal libanês Al Mayadeen (tal como outros meios de comunicação), foram mortas três figuras de relevo do movimento: Jihad Ghannam, Khaled al-Bahitini e Tariq Izz al-Din. A operação já estava a ser preparada há algum tempo e Israel escolheu o momento, refere a mesma fonte, precisando que a agressão foi aprovada no fim-de-semana passado e que o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita falou sobre ela ao Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. O Ministério palestiniano da Saúde confirmou a morte de 13 pessoas – entre as quais se encontram quatro crianças e quatro mulheres – e a existência de 20 feridos, alguns dos quais em estado grave. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros referiu-se a este «crime horrendo» como um «prolongamento da guerra aberta da ocupação contra o povo e os seus justos e legítimos direitos nacionais». A declaração, divulgada pela Wafa, responsabiliza «total e directamente» o governo de Benjamin Netanyahu por esta agressão e as suas consequências, classificando-a como «uma escalada perigosa que ameaça uma explosão geral». Insistiu, além disso, no pedido de ajuda à «comunidade internacional», para que intervenha com urgência e «pare o ataque ao povo palestiniano». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Essa mesma imprensa refere que a estrutura militar e de segurança da ocupação está a preparar-se para uma ampla resposta da resistência, na sequência do assassinato de vários dirigentes da Jihad Islâmica. Fontes de uma sala conjunta de operações das várias facções palestinianas revelaram ao canal libanês que existe consenso no seio da resistência quanto a uma posição de compromisso para travar os «crimes israelitas». Também deram conta de «pressões da parte da ocupação, por via de vários mediadores, para se chegar a um cessar-fogo», mas sublinhando que «a resistência permanece firme na sua exigência de um claro compromisso [israelita] para acabar com a política de assassinatos». Ontem, o Conselho da Liga Árabe, reunido no Cairo, expressou solidariedade total ao povo palestiniano e apoio à sua firmeza frente à agressão contínua israelita, sublinhando o seu legítimo direito à defesa neste contexto. Numa declaração divulgada pela Wafa, o Conselho condenou a agressão generalizada ao povo palestiniano na Faixa de Gaza cercada, na Cisjordânia e em Jerusalém ocupadas, solicitando protecção para o povo palestiniano. Pediu ainda ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que assuma as suas responsabilidades na manutenção da paz e da segurança internacionais, e que exerça a pressão necessária sobre Israel, a potência ocupante. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Pelo menos 25 mortos na agressão israelita a Gaza
Internacional|
Aviação israelita bombardeia Gaza e mata 13 palestinianos
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Agressão condenada pela Liga Árabe
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A campanha internacional visa angariar 5000 dólares americanos para financiar aulas de natação para 100 crianças em Gaza, mas este não é o único objectivo do mergulho solidário. Testemunhar solidariedade com o povo de Gaza a partir de todo o mundo e sensibilizar para a luta travada pelos palestinianos para viverem uma vida normal são também propósitos desta iniciativa.
«Muitas vezes, as pessoas em Gaza sentem-se isoladas e esquecidas dentro da vida difícil que levam. Ao nadarmos juntos, os apoiantes do povo de Gaza esperam mostrar-lhes que há pessoas em todo o mundo que se preocupam e pensam neles», revela o presidente da Swim With Gaza, Paul O'Brien, citado na nota.
O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas reconhece que milhões de pessoas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia «lutam para viver com dignidade sob a ocupação israelita». Citando a revista académica Frontiers in Psychiatry, segundo a qual 90% das crianças e adolescentes da Faixa de Gaza sofreram traumas, o MPPM afirma que esta campanha «centra-se nas crianças de Gaza que esperam aprender a nadar».
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