Fontes locais da cidade de Qamishli, na província de Hasaka, confirmaram à SANA a chegada de uma caravana com 150 camiões norte-americanos carregados com equipamento militar e logístico, que entraram na Síria a partir do Norte do Iraque, pela passagem fronteiriça de Simalka sobre o rio Tigre.
Segundo as mesmas fontes, o objectivo é reforçar o poderio das milícias das chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS), ajudando-as «a manter o controlo sobre [vastas] zonas do Nordeste da Síria e as populações que ali residem».
«As milícias FDS continuam a reprimir a população local, prendendo os jovens em controlos de estrada e nos seus bairros, para os levar para os seus acampamentos», indica a SANA.
Maioritariamente curdas, as milícias das FDS são apoiadas há muito pelos Estados Unidos. Na mais recente denúncia efectuada pelas autoridades sírias, em cartas enviadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros às Nações Unidas e ao seu Conselho de Segurança, estas milícias são acusadas de levar a cabo práticas terroristas e repressivas contra a população civil nas províncias de Hasaka, Raqqa, Deir ez-Zor e Alepo.
A diplomacia síria afirma que os grupos que integram as FDS «coincidem nas suas acções com os esquemas dos Estados Unidos e dos ocupantes israelitas, que os apoiam do ponto de vista militar, logístico, financeiro e político».
As FDS estão agora na fase sequestrar, torturar, matar e deslocar os civis, bem como de recrutar ilegitimamente os jovens com o objectivo de impor um novo status quo que sirva esses esquemas e prolongue a crise no país, lê-se ainda nas missivas.
Nas últimas semanas, a população de diversas vilas e cidades nas províncias de Raqqa, Hasaka e Deir ez-Zor tem vindo para as ruas protestar contra as práticas das FDS, exigindo que partam das suas áreas de residência, assim como as forças de ocupação norte-americanas, noticia a SANA.
Washington alega que o envio de armas para as FDS visa reforçar o combate ao grupo terrorista Daesh, mas tal argumentação não tem convencido o Exército Árabe Sírio e seus aliados, que vêem na «cartada curda» uma forma de promover a fragmentação da Síria e têm denunciado reiteradamente o apoio dos EUA a grupos terroristas no território sírio.
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