Num relatório publicado na quarta-feira, o Ministério afirma que 42 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas em 2023, incluindo uma idosa e nove menores, indica a agência Wafa.
Neste início de ano, «o regime israelita cometeu mais crimes contra o povo palestiniano nos territórios ocupados do que em qualquer outro período nos anos recentes do conflito», afirma.
No documento, o Ministério da Saúde explica que, o ano passado, 224 palestinianos foram mortos pelas forças e colonos israelitas, incluindo 53 menores e 17 mulheres, pelo que 2022 é considerado, a este respeito, o ano mais mortífero para os palestinianos desde 2005.
O texto precisa que oito dos palestinianos mortos tinham menos de dez anos de idade; 45 estavam na faixa etária 11-17 anos; 108 pertenciam à faixa etária 18-29 anos; 27 à dos 30-39 anos; 19 à dos 40-49 anos; 11 estavam na dos 50-59 e cinco tinham mais de 60 anos.
As tropas israelitas prenderam mais de 50 mil crianças e adolescentes palestinianos desde 1967, no âmbito de uma estratégia que visa «espalhar terror e medo», denunciou uma organização de apoio aos presos. Num comunicado emitido este domingo, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos condenou as contínuas violações e crimes cometidos pelas forças israelitas de ocupação contra os menores palestinianos. «Essa política faz parte de uma estratégia mais ampla para atacar o futuro palestiniano», sublinha o texto, citado pela Prensa Latina. «Israel transformou os nossos jovens num objectivo permanente das suas acções destrutivas», declara o documento publicado a propósito da celebração do Dia Mundial da Criança pela ONU. Afirmando que as tropas israelitas prenderam mais de 50 mil crianças e adolescentes palestinianos desde a ocupação da Margem Ocidental e de Jerusalém Oriental, em 1967, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos frisou que a maioria foi detida em suas casas, de madrugada, ou nas ruas, muitas vezes no caminho entre a escola e a casa. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Deste número, refere a comissão, 160 menores ainda permanecem em centros de detenção israelitas, oito dos quais estão presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Este regime permite a Israel manter os presos na cadeia sem acusação ou julgamento por períodos até seis meses, infinitamente renováveis. Três deles dos jovens assim detidos são raparigas com 16 e 17 anos de idade. No sábado, a Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos (SPP) revelou que as forças israelitas prenderam mais de 9300 menores palestinianos desde 2015, 750 dos quais este ano. Acrescentou que alguns foram atingidos a tiro antes de serem detidos. No relatório publicado, a que a Wafa faz referência, a SPP destaca que a maior parte das crianças e jovens foi submetida a todas as formas de tortura física e psicológica durante a detenção, em violação das normas e convénios internacionais sobre os direitos das crianças. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Israel prendeu mais de 50 mil menores palestinianos desde 1967
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Palestina pede à ONU protecção especial para as crianças
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Desde 2014 que não eram mortas tantas crianças palestinianas
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9300 detidos desde 2015
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A Wafa sublinha que os palestinianos estão familiarizados com as atrocidades cometidas por Israel contra as crianças e adolescentes, e lembra que, de acordo com um relatório publicado em Novembro do ano passado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, as forças israelitas prenderam mais de 50 mil menores desde a ocupação da Margem Ocidental e de Jerusalém Oriental, em 1967.
Nesse documento, que foi publicado a propósito da celebração do Dia Mundial da Criança pela ONU, a Comissão destacou que 160 menores ainda permaneciam em centros de detenção israelitas. Três deles são raparigas com 16 e 17 anos de idade.
Ainda de acordo com o texto, em 2022, mais de 600 crianças permaneciam em regime de detenção domiciliária, por ordem de tribunais israelitas, com a Comissão a destacar o facto de que as autoridades israelitas recorrem à prisão domiciliária como forma de punição porque a lei não lhes permite encarcerar menores de 14 anos.
De acordo com a Associação de Direitos Humanos e de Apoio aos Presos – Addameer, no final de 2022 havia nas cadeias israelitas cerca de 4700 presos palestinianos, 835 dos quais em regime de detenção administrativa.
Ao abrigo desta medida, Israel pode manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável.
A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver.
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