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Forte repressão das forças israelitas em Gaza e na Cisjordânia

As forças israelitas atingiram a tiro mais de 50 palestinianos, esta sexta-feira, quando participavam na Grande Marcha do Retorno, em Gaza, e num protesto contra a violência dos colonos, na Cisjordânia.

Repressão das forças israelitas nos arredores de al-Mughayyir, na Margem Ocidental ocupada
Créditos / m.aawsat.com

Em al-Mughayyir, no Centro da Cisjordânia, pelo menos 19 palestinianos ficaram feridos na sequência dos disparos efectuados pelas forças militares israelitas contra um grupo de manifestantes que protestavam contra os ataques violentos dos colonos judeus extremistas na Margem Ocidental Ocupada.

De acordo com a PressTV e a agência Ma'an, 15 dos manifestantes foram atingidos com balas reais e quatro com balas de aço revestidas de borracha.

Os habitantes de al-Mughayyir, aldeia localizada cerca de 27 quilómetros a nordeste de Ramallah, têm vindo a organizar mobilizações todas as semanas para denunciar o roubo das suas terras por Israel e os ataques contínuos de colonos israelitas contra os palestinianos, explica a agência Ma'an.

No passado dia 26, um palestiniano foi morto e pelo menos 30 ficaram feridos quando um grupo de colonos atacou al-Mughayyir. A vítima mortal, identificada pelas autoridades palestinianas como Hamdi Na'san, de 38 anos, foi atingida pelas costas com uma bala real.

Na altura, o chefe do conselho da aldeia, Amin Abu Aalya, disse à imprensa que, inicialmente, o ataque foi levado a cabo apenas pelos colonos judeus, que disparam sobre as casas. «Depois, chegou o Exército israelita, e também começou a disparar», acrescentou.

Os postos avançados (criados sem aprovação das autoridades israelitas) e os colonatos nos territórios ocupados da Margem Ocidental, considerados ilegais pelo direito internacional, são habitados por colonos judeus extremistas, responsáveis por inúmeras acções de violência contra a população palestiniana.

45.ª sexta-feira consecutiva de manifestações da Grande Marcha do Retorno

Na Faixa de Gaza cercada, milhares de palestinianos voltaram a mobilizar-se junto à vedação com que Israel isola o território, no âmbito da Grande Marcha do Retorno.

De acordo com Ashraf al-Qidra, porta-voz do Ministério palestiniano da Saúde em Gaza, pelo menos 32 manifestantes foram feridos com balas reais disparadas pelo Exército israelita. A mesma fonte revelou que um paramédico palestiniano ficou também ferido ao ser atingido na cara com uma bomba de gás lacrimogéneo.

Desde o início das mobilizações da Grande Marcha do Retorno, em 30 de Março de 2018, o Exército sionista matou mais de 250 palestinianos e feriu 26 mil, dos quais 500 se encontram em estado crítico, segundo dados do Palestinian Information Center divulgados pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).


Uma das principais reivindicações destas manifestações prende-se com o levantamento do bloqueio imposto pelos israelitas à Faixa de Gaza há quase 12 anos, com consequências humanitárias trágicas para os cerca de 2 milhões de habitantes do pequeno enclave costeiro.

Nos protestos da Grande Marcha do Retorno, os manifestantes afirmam ainda o direito de os refugiados palestinianos – e seus descendentes – regressarem às terras de onde foram expulsos, em 1948, no âmbito da campanha de limpeza étnica levada a cabo por Israel, por ocasião da sua fundação.

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