Declarações de Vladimir Putin, de que a Rússia está disponível para aumentar o fornecimento de gás natural à Europa e ajudar a equilibrar o mercado europeu de gás, fizeram estancar a tendência de alta dos preços deste combustível, que na quarta-feira atingiram um máximo histórico de 155 euros por megawatt hora (MWh).
Após as declarações do presidente russo o preço começou a cair, encerrando a jornada em 104 euros por MWh, afirma a agência Lusa, citando a a agência espanhola Efe.
A persistência dos altos preços do combustível ameaçava provocar, a longo prazo, graves danos à economia europeia.
Declarações de alguns países e da Agência Internacional da Energia (AIE) que, reconhecendo o cumprimento pela Rússia dos seus contratos a longo prazo, têm alegado que aquela não tem feito grande esforço para neutralizar os preços recorde do gás, foram veementemente negadas por Putin, que declinou qualquer responsabilidade na presente crise.
O presidente russo, segundo a Al-Jazeera, considera a subida geral dos preços de combustíveis como consequência de um rápido crescimento da procura, ditada pela recuperação económica global, e da expectativa, pelos meteorologistas, de um Inverno rigoroso, mas acusou a própria União Europeia (UE) de potenciar essa subida ao incentivar o especulativo spot trade (transacções imediatas) no gás, em detrimento de acordos de fornecimento a longo prazo.
«A situação dos mercados europeus de energia é um brilhante exemplo da inadmissibilidade de de decisões apressadas e politicamente motivadas em qualquer esfera, particularmente em questões energéticas que determinam a estabilidade das indústrias e o bem-estar e a qualidade de vida de milhões de pessoas», afirmou, enfatizando que a Rússia «foi sempre um fornecedor fiável, na Europa e na Ásia, que sempre cumpriu com as suas obrigações».
Na sexta-feira foi a vez do porta-voz do presidente russo, Dmitri Peskov, assegurar que a Rússia nunca deteve as entregas de gás, «nem nos momentos mais difíceis», e que nunca o fará. No mesmo dia o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, foi mais longe ao afirmar perante empresários europeus, segundo a Lusa, que a Rússia quer ajudar a Europa em troca de «passos recíprocos».
Segundo a agência portuguesa, Moscovo espera da Europa que esta facilite a entrada em funcionamento «quanto antes» do novo gasoduto Nord Stream 2, que promove como garante da segurança energética europeia, mas cuja operação será limitada pelo Terceiro Pacote de Energia, que pode reduzir a 50% a capacidade do gasoduto.
Na passada segunda-feira a empresa construtora do Nord Stream 2 anunciou que começara a preencher com gás a primeira linha do gasoduto, como condição para a realização dos necessários testes técnicos de pressão com vista à sua plena entrada em funcionamento.
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