Um grupo de 120 venezuelanos que se encontravam na Argentina regressou à Venezuela no domingo e outros 216, que estavam no Chile, chegaram ontem, num voo do Consórcio Venezuelano de Indústrias Aeronáuticas e Serviços Aéreos (Conviasa), revelou o Ministério venezuelano dos Negócios Estrangeiros.
Ambos os grupos voltaram ao país no âmbito do Plano Regresso à Pátria, um programa especial promovido pelo governo de Nicolás Maduro, em Agosto de 2018, para facilitar o regresso gratuito ao país de compatriotas que manifestassem essa vontade.
O objectivo primordial do programa era apoiar venezuelanos que emigraram para outros países da América Latina, onde pensavam encontrar novas oportunidades de trabalho e de melhorar as suas vidas, mas que acabaram por se deparar com uma realidade adversa.
De acordo com os próprios emigrantes, muitos manifestaram a vontade de regressar depois de sofrerem acções de xenofobia, violência e discriminação, enfrentarem situações de desemprego, exploração e maus-tratos laborais, bem como problemas de saúde e dificuldades económicas existentes nos países de acolhimento, nomeadamente em países como o Equador, o Peru e a Colômbia.
Reforço do programa
Apesar das sanções que lhe são impostas e da crise sanitária de Covid-19, a Venezuela não só não travou a aplicação do Plan Vuelta a la Patria como o alargou a países fora dos inicialmente visados. A Prensa Latina refere que mais de 50 mil emigrantes se inscreveram no programa solicitando o regresso ao país, um número que cresceu com a pandemia, com o recrudescimento de ataques contra eles nos países de residência e com a impossibildade de ali acederem a tratamentos contra a Covid-19, que na Venezuela são gratuitos.
Segundo dados divulgados pelo Ministério venezuelano dos Negócios Estrangeiros, desde que começou a ser aplicado, o programa já beneficiou mais de 22 500 emigrantes, provenientes de países como Brasil, Equador, Peru, Argentina, Panamá, México, Colômbia, República Dominicana, Cuba, Itália e Espanha.
O Brasil é o país de onde mais emigrantes venezuelanos regressaram à Venezuela ao abrigo do Plan Vuelta a la Patria (7285). Seguem-se o Peru (5023), o Equador (4093) e o Chile (2054).
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