Os pilotos da Air France cumprem hoje o segundo de quatro dias de greve em protesto contra a aplicação de novas medidas ao nível da remuneração. Também em greve continuam trabalhadores da companhia pública de caminho-de-ferro (SNCF), da recolha de resíduos e dos combustíveis – apesar de o abastecimento das bombas de gasolina ter sido retomado, várias refinarias mantêm-se encerradas.
Contestação sindical e social
Os trabalhadores mantêm viva a luta pelos direitos a nível sectorial e protestam contra o «pacote laboral» que o Governo francês quer implementar e que tem sido alvo de um amplo movimento de contestação social, por toda a França, desde Março.
Confrontado com a tenacidade da maioria dos sindicatos, o Governo foi obrigado a ceder a reivindicações em vários sectores de actividade. Contudo, a situação de bloqueio prolonga-se, na medida em que a reforma laboral é considerada «boa» pelo primeiro-ministro, Manuel Valls, e os sindicatos sublinham, por seu lado, que a luta contra essa nova legislação – altamente gravosa para os trabalhadores – não vai parar e que a contestação conta com o apoio da grande maioria da população.
Porta aberta ao diálogo
Na lei de que o Governo francês obstinadamente não abre mão, questões especialmente gravosas para os trabalhadores são o primado dos acordos de empresa sobre os acordos sectoriais e a lei geral, a criação de condições que propiciam o aumento da precariedade e a facilitação dos despedimentos.
Os sindicatos sublinham a importância de combater esta lei do trabalho, exigem a retirada do projecto e a abertura de negociações. Para esta semana, no dia 14, está marcada uma manifestação em Paris, decorrendo até lá uma votação em todas as empresas, serviços públicos e estabelecimentos de ensino sobre a nova lei laboral.
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