Apesar da condenação internacional generalizada a estas políticas e de os colonatos serem considerados ilegais à luz do direito internacional, as autoridades israelitas avançaram com um concurso para a construção de 974 unidades habitacionais no colonato de Efrat, nas imediações de Belém e de Jerusalém.
A revelação foi feita este domingo pela ONG israelita contra os colonatos Peace Now, que alertou para os planos expansionistas em Efrat, visando aumentar o número de colonos em cerca de 40%.
O organismo advertiu que o novo bairro israelita irá bloquear o desenvolvimento da cidade de Belém para sul e, no caso de Israel tentar anexar a zona, isolará todo o Sul da Cisjordânia ocupada.
«Enquanto os residentes dos territórios ocupados se centram na libertação dos prisioneiros e no fim da guerra em Gaza, o gabinete de Netanyahu está a operar "com esteróides" para estabelecer factos no terreno que destruirão a hipótese de paz e compromisso», afirmou a Peace Now, citada pela PressTV.
Mais de 700 mil colonos judeus vivem em cerca de 230 colonatos construídos desde a ocupação israelita da Margem Ocidental e de Jerusalém Oriental, em 1967. Estes colonatos são considerados ilegais ao abrigo do direito internacional – e a chamada «comunidade internacional» condena a sua existência de forma quase unânime.
Num comunicado emitido esta segunda-feira, a organização Ir Amim, que denuncia a ocupação em Jerusalém, destacou o facto de uma nova onda de expansionismo ter nascido com a tomada de posse de Donald Trump nos EUA.
«Paralelamente, o governo israelita intensificou a sua campanha de deslocação dos palestinianos», refere a organização, citada pela Al Jazeera, que recorda o apoio sem precedentes dado por Trump aos colonatos ilegais no seu primeiro mandato, mas também o facto de os democratas, mais críticos em relação à ocupação, «raramente terem feito algo para a conter».
Concentrações pela Palestina em Lisboa e no Porto
Esta terça-feira, às 18h, têm lugar mobilizações em Lisboa (Largo de Camões) e no Porto (Praceta da Palestina), promovidas por CGTP-IN, CPPC, MPPM e Projecto Ruído, em defesa de um cessar-fogo permanente em Gaza, pelo fim da ocupação da Palestina e pela Paz no Médio Oriente.
Na sua página de Facebook, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) afirma que «a luta tem de continuar», também para exigir o fim da agressão de Israel à Cisjordânia e a retirada das tropas israelitas da Síria.
Considera ainda razões para participar nas mobilizações a exigência ao governo português do reconhecimento incondicional da Palestina; reclamar à União Europeia a suspensão do acordo de associação com Israel; reivindicar o controlo rigoroso da proibição do comércio de armas com Israel, bem como expressar firme repúdio pelos projectos de limpeza étnica na Palestina.
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