|Escócia

Trabalhadores da Scottish Water dão aval à greve

Trabalhadores da Scottish Water filiados nos sindicatos Unite, Unison e GMB decidiram avançar para a greve, contestando uma proposta de aumento que contrasta com os salários e bónus da administração.

Trabalhadores da Scottish Water em greve, em Novembro de 2023 Créditos / PA

Em votações que encerraram na passada segunda-feira, os trabalhadores mostraram-se dispostos a fazer greve e a avançar com outras formas de luta, depois de terem rejeitado de forma clara a proposta de aumentos salariais de 3,4% avançada pela empresa pública.

Segundo refere o Unite, a contestação e a revolta cresceram entre os trabalhadores num contexto de notícias que dão conta de salários e bónus «gigantescos» para a «equipa de executivos».

Numa nota, o sindicato denuncia que essa equipa recebeu 329 mil libras em bónus e benefícios em 2023/24, e que só os três principais directores auferiram «842 mil libras em pacotes de remuneração».

Sharon Graham, secretária-geral do Unite, declarou à imprensa que os trabalhadores sindicalizados estão «zangados com os dois pesos e duas medidas» vigentes na empresa, e que o grande apoio às acções de protesto não deve espantar ninguém, com «a remuneração dos executivos a atingir níveis exorbitantes», enquanto os trabalhadores continuam a ser confrontados com «uma proposta fraca» em cima da mesa.

O Unite lembrou ainda que as facturas da água devem aumentar 9,9% em Abril. A este propósito, o dirigente sindical Sam Ritchie disse: «O director geral [da Scottish Water] acredita que aumentar substancialmente as contas da água e os salários dos executivos à custa dos seus trabalhadores é, de alguma forma, aceitável – mas não é.»

Trabalhadores sem alternativa à luta

Claire Greer, do GMB Scotland, pronunciou-se no mesmo sentido, afirmando que é sem surpresa que os trabalhadores decidem avançar para a greve.

«Os nossos filiados são novamente obrigados a lutar por aumentos salariais justos numa empresa em que os quadros de topo levam para casa bónus recorde», disse a dirigente sindical, citada numa nota.

Por seu lado, o Unison destacou que os trabalhadores têm noção das funções essenciais que desempenham e que não fazem greve de ânimo leve, «mas sentem que não têm alternativa».

Em declarações à imprensa, Emma Phillips, responsável sindical do Unison Scotland, sublinhou que os salários não acompanharam a inflação na última década e que, «por contraste, os quadros superiores garantem que o seu salário anual seja aferido em centenas de milhares de libras».

Neste sentido, defendeu uma «solução sensata», que assegure aos trabalhadores aumentos salariais «justos».

Numa nota emitida esta quarta-feira, a empresa pública escocesa afirmou estar empenhada em chegar a um acordo com as estruturas sindicais, evitando que se repitam as paralisações de 2023.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui