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Israel continua a massacrar a Faixa de Gaza

O ataque israelita à «zona segura» de al-Mawasi, a oeste de Khan Younis, foi um de muitos ao longo desta quinta-feira, que provocaram dezenas de mortos em todo o enclave. Repetem-se os apelos ao cessar-fogo.

Rapaz palestiniano num acampamento de deslocados na Cidade de Gaza, a 31 de Dezembro de 2024 Créditos / PressTV

Ao fim da tarde de ontem, havia registo de pelo menos 70 mortos em resultado dos múltiplos ataques aéreos das forças de ocupação, incluindo o que visou a «zona segura» ou «zona humanitária» de al-Mawasi, a oeste de Khan Younis (Sul da Faixa de Gaza).

Logo de madrugada, pelo menos 12 pessoas que estavam numa tenda perderam ali a vida – sendo várias delas crianças.

O ataque também provocou a morte ao chefe da Polícia em Gaza, Mahmud Salah (com mais de 30 anos de serviço), e ao seu adjunto, Hussam Shahwan, refere a Al Jazeera. Em comunicado, as autoridades no território condenaram a morte dos dois agentes e louvaram o seu trabalho em prol dos cidadãos.

Ao longo do dia, sucederam-se os bombardeamentos por todo o enclave, nomeadamente nos campos de refugiados de Jabalia e al-Bureij, em Rafah e Khan Younis, em várias zonas da Cidade de Gaza ou em az-Zawayda, referem a Wafa e a Al Jazeera.

Nas unidades hospitalares que ainda funcionam, as vítimas foram chegando a todo o momento, em condições muito difíceis. De acordo com a Wafa, ao fim da tarde havia registo de pelo menos 74 mortos, 40 dos quais no Norte e os restantes no Centro e Sul do enclave.

No terreno, as pessoas são repetidamente deslocadas e têm de fazer frente ao agravamento das condições meteorológicas em tendas improvisadas – alagadas pela chuva e onde passam fome e frio.

Sem aviso

A «zona segura» de al-Mawasi, que já foi atacada mais vezes pelos aviões, os drones e a artilharia das forças sionistas, foi bombardeada sem aviso na madrugada de quinta-feira.

Uma criança palestiniana junto a tendas em al-Mawasi, na zona que as forças israelitas bombardearam esta quinta-feira // Hani Alshaer / Anadolu

Philippe Lazzarini, director da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (Unrwa), referiu-se o ataque, afirmando: «No início do ano, recebemos relatos de mais um ataque a al-Mawasi com dezenas de pessoas mortas, outro lembrete de que não existe uma zona humanitária e muito menos uma zona segura» em Gaza.

Na sua conta de Twitter (X), Lazzarini defendeu que «cada dia sem cessar-fogo trará mais tragédia».

Nessa mesma rede social, o director da Federação Internacional da Cruz Vermelha e das Sociedades do Crescente Vermelho, Jagan Chapagain, alertou para a gravidade da crise humanitária na Faixa de Gaza, tendo em conta as notícias relativas a mortes de bebés por hipotermia, e reiterou o apelo urgente para que seja garantido o acesso seguro do pessoal humanitário ao enclave.

«Sem acesso seguro – as crianças morrerão congeladas. Sem acesso seguro – as famílias morrerão de fome. Sem acesso seguro – os trabalhadores humanitários não podem salvar vidas», afirmou o responsável.

Com os ataques dos primeiros dois dias do novo ano, o número de mortos confirmados subiu para 45 581 e o de feridos para 108 438, desde o início da agressão israelita à Faixa de Gaza, em 7 de Outubro de 2023. Estima-se que milhares de corpos continuem sob os escombros e espalhados pelas estradas.

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