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Israel mantém brutalidade na resposta e ensaia novas provocações

As forças israelitas voltaram a matar três palestinianos, incluindo uma criança, em mais uma sexta-feira de protestos em Gaza. As ameaças de um novo ataque em larga escala intensificam-se.

Um blindado israelita destacado para a fronteira de Gaza, durante mais uma sexta-feira de protestos da Grande Marcha do Retorno. 5 de Outubro de 2018
CréditosAtef Safadi / EPA

Os três palestinianos assassinados pelas forças israelitas que cercam a Faixa de Gaza tinham 12, 24 e 28 anos. A estes acrescem 376 feridos, 126 dos quais alvejados com fogo real e sete em estado grave, segundo dados do Ministério da Saúde em Gaza, citados pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).

Ontem foi mais um dia em que milhares aderiram ao protesto da Grande Marcha do Retorno, que dura de forma initerrupta desde 30 de Março. A cada sexta-feira, cresce o número de participantes e também a brutalidade da repressão israelita.

Os disparos foram justificados pelas forças israelitas como uma medida de defesa face ao lançamento de granadas e explosivos por parte dos manifestantes em Gaza, «mas na realidade nenhum israelita foi ferido», aponta o MPPM.

A Grande Marcha do Retorno tem como principais reivindicações o levantamento do bloqueio imposto pelos israelitas à Faixa de Gaza há 12 anos e a afirmação do direito de retorno às suas terras dos refugiados palestinianos – e seus descendentes – que Israel expulsou no âmbito da campanha de limpeza étnica que levou a cabo por ocasião da sua fundação, em 1948.

Agitação nas forças israelitas

O ministro da Defesa, o líder do partido de extrema-direita Yisrael Beitenu Avigdor Lieberman, ameaçou ontem os palestinianos que vêm protagonizando sete meses de protestos em Gaza e ordenou às Forças Armadas«para manterem um grau de alerta máximo e estarem preparadas para qualquer cenário» na quinta-feira, refere o MPPM.

Nos últimos dias foram destacadas forças adicionais para a fronteira de Gaza, tanto ao nível de efectivos, incluindo forças de elite, como de meios. Estas movimentações, relatadas pela imprensa israelita, constituem, no entender do MPPM, uma provocação que visa justificar «um novo ataque sionista de grandes proporções».

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