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Israel renova a detenção administrativa de Khalida Jarrar

Um tribunal israelita renovou por mais seis meses, esta segunda-feira, a detenção administrativa de Khalida Jarrar, dirigente da FPLP, ex-deputada, defensora dos direitos das mulheres e dos presos.

Khalida Jarrar saudada pelos seus camaradas aquando da sua libertação, em Junho de 2016 (foto de arquivo)
Khalida Jarrar Créditos / FPLP

A natural de Ramallah, com 61 anos, viu a ordem de detenção administrativa ser renovada, por mais seis meses, depois de lhe ter sido aplicado esse regime de detenção no passado mês de Janeiro, na sequência da sua mais recente captura pelas forças de ocupação, a 26 de Dezembro de 2023.

Milhares de palestinianos encontram-se actualmente presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, um procedimento que permite a Israel manter aprisionados dirigentes e activistas palestinianos por períodos até seis meses, indefinidamente renováveis, sem julgamento nem culpa formada, e sem sequer justificar os motivos da detenção.

Jarrar, destacada dirigente da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), defensora dos direitos dos presos, dos direitos das mulheres e ex-deputada do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), foi detida pelas forças de ocupação em múltiplas ocasiões.

A militante comunista palestiniana foi presa pela primeira vez em 8 de Março de 1989, durante as comemorações do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, e passou um mês na cadeia sem julgamento.

Em Abril de 2015, foi presa depois de, no ano anterior, se ter recusado a acatar uma ordem de expulsão emitida pelo Exército israelita, tendo passado cerca de 15 meses na prisão, até Junho de 2016.

Foi presa pela terceira vez em Julho de 2017, e mantida reclusa ao abrigo do regime de detenção administrativa, sucessivamente prolongado, sem julgamento ou acusação produzida, até ser libertada, em Fevereiro de 2019.

Oito meses mais tarde, a 31 de Outubro 2019, Jarrar foi encarcerada pela quarta vez pelas forças sionistas de ocupação. Passou 16 meses em regime de detenção administrativa, foi condenada por um tribunal militar por alegado «incitamento à violência» e pertença a «organização banida» (a organização marxista-leninista palestiniana FPLP), tendo sido libertada em Setembro de 2021.

Durante este último período de cárcere, perdeu a filha, Suha, que morreu em Julho de 2021, mas as autoridades israelitas não a deixaram participar no funeral, tal como o haviam feito, em 2017, quando da morte do pai.

Em 2006, Khalida Jarrar foi eleita deputada ao Conselho Legislativo Palestiniano na lista da FPLP, liderada pelo seu secretário-geral, Ahmad Sa'adat, que desde 2008 cumpre uma pena de prisão de 30 anos nas cadeias de Israel.

O partido a que pertence, que integra as forças da resistência e luta de forma activa contra a ocupação e em prol da criação de um Estado nacional, é considerado uma organização terrorista por Israel.

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