O prolongamento da detenção administrativa de Jarrar, uma das figuras políticas palestinianas que mais se têm destacado na crítica à ocupação israelita e na condenação das atrocidades cometidas contra os palestinianos, ocorreu este domingo, segundo revelou o Movimento pelos Direitos do Povo Palestiniano e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
Deputada pela Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) ao Conselho Legislativo Palestiniano (parlamento), Khalida Jarrar foi presa na sua casa, em Ramallah, na madrugada de 2 de Julho de 2017, no âmbito de uma operação contra vários dirigentes e militantes da FPLP.
Desde então, a deputada viu ser renovada sucessivamente a sua ordem de detenção administrativa – um regime de aprisionamento que permite a Israel manter palestinianos detidos indefinidamente, sem julgamento nem culpa formada.
Quando, em Junho, o tribunal militar israelita de Ofer aprovou o prolongamento da detenção admnistrativa de Jarrar por mais quatro meses, a FPLP declarou, em comunicado, que se tratava de «uma tentativa de reprimir os líderes revolucionários que podem alterar o curso dos acontecimentos na Palestina ocupada, especialmente no que respeita aos ataques da ocupação na Margem Ocidental, ao cerco e imposição de sanções à Faixa de Gaza, e às tentativas de impor o chamado "acordo do século"».
Sublinhou, igualmente, que a «detenção continuada de Khalida Jarrar não irá vergar a sua vontade», fazendo «apenas aumentar a sua determinação e o seu compromisso com a libertação nacional da Palestina».
Jarrar já tinha sido presa em Abril de 2015, passando 14 meses nas prisões israelitas antes de ser libertada, em 3 de Junho de 2016, com uma pena de 12 meses suspensa durante um período de cinco anos.
465 presos ao abrigo da detenção administrativa
O grupo de defesa dos direitos dos presos Addameer (de cujo conselho Jarrar é membro) informa que há actualmente nas cadeias israelitas 5640 palestinianos presos – cinco dos quais são deputados eleitos do Conselho Legislativo Palestiniano. De acordo com a agência Ma'an, 53 prisioneiros são mulheres e 270 são menores, 50 dos quais com idades inferiores a 16 anos.
Presos nos cárceres israelitas ao abrigo do regime de detenção administrativa, estão 465 palestinianos. Neste domingo, indica a Ma'an, referindo-se a dados divulgados pela Sociedade de Prisioneiros Palestinianos, as autoridades israelitas emitiram 40 ordens de detenção administrativa, sendo que 32 foram renovações e as restantes oito foram emitidas pela primeira vez.
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