O congressista e membro Conselho Político Nacional da FARC foi levado esta quinta-feira da cadeia de La Picota, na capital colombiana, para o hospital de El Tunal, depois de apresentar problemas de saúde relacionados com a greve de fome que mantém desde que foi detido, a pedido dos Estados Unidos, com exigência de extradição.
Santrich, considerado um dos principais líderes farianos e membro da delegação de paz da guerrilha em Havana, entrou em greve de fome em protesto contra a acusação que lhe foi formulada de ligação ao narcotráfico e para exigir a sua libertação e a dos demais presos farianos.
«Montagem e sabotagem»
Na altura, a FARC classificou a detenção de Santrich, «um dos negociadores principais e signatários» do acordo de paz, como uma «montagem e sabotagem» «a quem esteve empenhado até à alma no processo de paz».
No dia seguinte à detenção de Santrich, o Conselho Político Nacional da FARC denunciou, em conferência de imprensa, que a acção «faz parte de um plano orquestrado pelo governo dos Estados Unidos com o apoio do Ministério Público colombiano».
Mais recentemente, no passado dia 19 de Abril, o partido fariano reafirmou a exigência da libertação imediata de Jesús Santrich e dos mais de 600 combatentes que ainda permanecem atrás das grades – apesar da aprovação da lei da amnistia –, e solicitou ao governo colombiano que tome as medidas necessárias para que se concretize o repatriamento de Simón Trinidad, ex-comandante das FARC-EP preso nos EUA em condições extremas de isolamento, e dos restantes membros das FARC-EP presos fora do país.
No mesmo documento, denuncia que a detenção de Santrich manifesta «a sujeição absoluta das autoridades colombianas aos interesses norte-americanos».
Não deixa por isso de reafirmar a vontade da FARC «de construção da paz e da democracia», e solicita ao governo dos EUA que «contribua para a consolidação da paz na Colômbia».
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