A Central das Trabalhadoras e Trabalhadores da Argentina (CTA), a CTA-Autónoma e alguns sindicatos integrados na Confederação Geral do Trabalho (CGT) dinamizaram, esta quinta-feira, uma jornada de luta, com paralisações e mobilizações em todo o país, para protestar contra as políticas de austeridade levadas a cabo pelo governo de extrema-direita.
A mobilização principal teve lugar em Buenos Aires, com colunas a avançarem de vários pontos para a Praça de Maio, onde se juntaram milhares de trabalhadores, com o lema «A pátria não se vende».
Também participaram a União de Trabalhadores da Economia Popular (UTEP), a Associação Trabalhadores do Estado (ATE), a Corrente Federal dos Trabalhadores, o Sindicato dos Mecânicos e Afins do Transporte Automotor (SMATA), Territórios em Luta, pequenas e médias empresas, partidos políticos e organizações universitárias, indica o Página 12.
«Milei multiplicou a pobreza e a fome. Já estávamos lixados com o fracasso do governo anterior, mas Milei multiplicou a pobreza, a fome e o industrialicídio. Para nós, a unidade da CTA fortalece-se construindo mais unidade e por isso é muito importante reunirmo-nos com os produtores rurais, com os agricultores, com os produtores de erva mate», afirmou o secretário-geral da CTA Autónoma, Hugo Cachorro Godoy, nas imediações da Praça de Maio.
«A pátria defende-se construindo a unidade daqueles que querem uma pátria para todos, para enfrentar e derrotar este Milei que quer destruir a Argentina e que quer destruir a democracia porque governa por decreto», disse ainda Godoy, frisando a necessidade de o travar.
Na Argentina, «aumenta a miséria e a fome»
Já o secretário-geral da CTA, Hugo Yasky, afirmou que o rumo que o presidente Javier Milei está a tomar «não é aquele de que o país precisa». «Havia canais de diálogo entre os sindicatos e o governo, mas não participámos porque considerámos que este não é o rumo de que o país precisa», insistiu Yasky, citado pelo Página 12.
Sobre a realização de Jornada Federal de Luta, disse que a questão estava «entre resignarmo-nos e baixarmos a cabeça face à crueldade do governo Milei e criarmos um espaço para todos aqueles que acreditam na necessidade de confrontar as suas políticas».
«Na Argentina – lamentou – estamos a viver um momento em que aumenta a miséria e a fome, o que contrasta com a euforia demonstrada pelas corporações financeiras que o acompanham [a Milei].»
«Chegamos ao fim de um ano em que a queda do consumo de carne não tem paralelo. Há praticamente três décadas que não se consumia tão pouca carne como neste momento», afirmou ainda Yasky no contexto da mobilização, ao apontar para indicadores da crise.
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