O juiz deu um prazo de 72 horas ao ministério liderado por Sandra Pettovello para realizar o informe solicitado, tendo em conta a quantidade de comida armazenada, as datas de validade e os tipos de artigos, com vista à criação de um plano «imediato» de distribuição.
A decisão judicial surge depois de Juan Grabois, advogado e dirigente da organização social Patria Grande, ter apresentado um recurso, em conjunto com outras organizações sociais, que denuncia a falta de alimentos nos refeitórios populares e acusa o governo de Milei de reter 5000 toneladas de alimentos adquiridas pelo governo de Alberto Fernández.
Na sua conta de Twitter (X), Grabois denunciou que a comida está a apodrecer nos armazéns, num contexto em que muita gente está a passar fome.
«Não sentem nada. Não se apercebem que a catástrofe já está aqui… estava antes de eles chegarem e eles a agravam deliberadamente a cada dia. São miséria planificada, má gente», acusou.
«Nem com milhões de difamações conseguem tapar os 5,8 milhões de pobres a mais que há desde que iniciaram o governo e os 2,5 milhões a mais de indigentes», afirmou Grabois.
Confrontando com isto, o executivo de Milei veio a público defender-se afirmando que não entregava a comida aos refeitórios populares em virtude de irregularidades que estão a ser investigadas.
Acrescenta o Página 12 que o secretário da Infância e Família, Pablo de la Torre, disse que a comida estava guardada para «casos de emergência».
Em declarações a uma rádio, Grabois sublinhou que as pessoas estão a passar fome e que o principal é que têm de comer. Acusou ainda o governo de mentir, uma vez que a comida foi adquirida para os refeitórios populares, não para situações de catástrofes.
Em alusão à política de «aperto» levada a cabo por Milei e às respostas dadas pelo seu governo no caso dos refeitórios, afirmou: «Mais que insensibilidade isto é sadismo.»
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