Convocada pelos principais sindicatos argentinos, por organizações sociais e associações de consumidores, a marcha contra os aumentos de preços nos serviços públicos de gás, água, luz e transporte reuniu esta quinta-feira milhares de pessoas na cidade costeira de Mar del Plata.
Tratou-se da terceira edição da Marcha das Tochas, um protesto que tem vindo a ser realizado desde o início de Janeiro, todas as quintas-feiras, sempre numa cidade diferente, depois de o governo argentino ter anunciado novos aumentos nos preços de serviços públicos. Buenos Aires (cidade) acolheu o primeiro protesto, seguindo-se Santa Fé. Ontem, foi a vez de Mar del Plata, onde o ambiente balnear, em pleno Verão austral, não fez diminuir a intensidade do protesto.
Antes da mobilização, que seguiu pelas ruas «platenses» atrás de uma faixa com a inscrição «No a los tarifazos» [Não aos aumentos de preços], membros de várias organizações sindicais promotoras afirmaram que «não se aguenta mais a situação de crise que se vive no país» e defenderam a necessidade de enfrentar as políticas do governo de Macri «em unidade e nas ruas, pelo bem dos trabalhadores e do povo argentino», indica o periódico Página 12.
Pablo Moyano, dirigente do Sindicato dos Camionistas, disse que a manifestação foi convocada em solidariedade com «os trabalhadores, os reformados e muitos outros sectores [que] não aguentam mais os aumentos de preços [impostos por] este governo e a perda de poder de compra».
«Vêm-nos com a história de que é preciso tomar estas medidas e que depois virão tempos de bonança. Mentem-nos na cara como o fizeram na campanha eleitoral», criticou o dirigente sindical, que anunciou que sindicatos e organizações sociais estão «a preparar uma grande mobilização para Março ou Abril» para «dizer "basta" a estas políticas económicas e de austeridade».
Roberto Baradel, secretário-geral do Sindicato Unificado dos Trabalhadores da Educação de Buenos Aires (Suteba) pronunciou-se no mesmo sentido, destacando que as medidas do governo são «irracionais» e que delas «beneficiam apenas umas quantas empresas», que, ainda por cima, promovem a fuga de capitais do país.
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