|Colômbia

Milhares nas ruas de Bogotá em defesa da educação pública

Milhares de trabalhadores responderam ao apelo de mobilização da Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação (Fecode), que denuncia propostas que «desvirtuam o direito fundamental à educação».

A mobilização em defesa da educação pública encheu a Praça Bolívar, em Bogotá, a 17 de Junho de 2024 Créditos / @fecode

O governo de Petro, apoiado pela Fecode, apresentou uma proposta de reforma da educação à qual foram feitas emendas, no Senado, que a federação sindical repudia, afirmando que detêm um «carácter absurdo e regressivo, que desvirtuam por completo o reconhecimento do direito fundamental à educação».

Em comunicado, a estrutura sindical declarou a sua oposição «a qualquer iniciativa de privatização pretendida pela direita e a extrema-direita deste país» no sector e, depois de convocar uma greve nacional, desde o passado dia 10, agendou para esta segunda-feira, em Bogotá, uma manifestação em defesa da educação pública.

Os docentes – e, com eles, outros trabalhadores e camadas da sociedade, sobretudo estudantes – não aceitam que a proposta de lei da educação avance no Senado à custa de acordos negociados intramuros, de costas voltadas para os representantes dos trabalhadores, nem que tal implique a aniquilação dos princípio contidos na versão original.

@fecode

A federação denuncia que o projecto acordado pelas diferentes bancadas no Senado, no passado dia 5, «não corresponde aos acordos subscritos entre o governo nacional e a Fecode», que não foi consultada sobre as emendas apresentadas.

No comunicado, a Fecode pede ao governo de Petro que seja determinado e não permita que o projecto adulterado pela direita avance, instando ainda o executivo a promover uma «ampla mobilização» e «um novo diálogo social participativo», de modo a consolidar «a educação como direito fundamental e bem comum».

Oposição à privatização e mercantilização da educação

Entre outros aspectos, os milhares que ontem se manifestaram na capital colombiana denunciam a abertura do sector da educação às lógicas do mercado, recorrendo «claramente à privatização e mercantilização» com o pretexto da melhoria da qualidade.

Acusam também o texto alterado do projecto de impedir o debate sobre «uma reforma curricular necessária, debilitando o carácter e a função social que a educação possui», e de restringir o acesso de amplas camadas da população com mais dificuldades ao ensino superior.

@fecode

Cartazes exibidos e palavras de ordem gritadas vincaram que «a educação é um direito, não um serviço», denunciaram as tentativas de privatização do sistema e a degradação do estatuto do docente.

A Fecode insiste que não aceita «os conciliábulos à porta fechada, práticas que invisibilizam as realidades territoriais, cerceiam direitos adquiridos, as liberdades democráticas».

Alerta ainda que aquilo que se tornou patente no Senado recentemente «alimenta os apetites de sectores e empresários que vêem na educação uma oportunidade de negócio, mercantilização e terceirização».

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