A propósito do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) emitiu um comunicado em que lembra que «as mulheres palestinianas continuam a contar-se entre as principais vítimas da ocupação israelita, que oprime o povo palestiniano e ocupa a sua terra, privando-o dos seus mais básicos direitos, em primeiro lugar os seus imprescritíveis direitos nacionais».
As «mulheres palestinianas são credoras do respeito, da admiração e da solidariedade de todos quantos no mundo inteiro apoiam a justa causa nacional do povo palestiniano», declara o MPPM, sublinhando o seu papel na «preservação da cultura e da identidade nacional», a sua participação nos «protestos contra o Muro do Apartheid e os colonatos», bem como nas mobilizações da «Grande Marcha do Retorno pelo fim do criminoso bloqueio da Faixa de Gaza», a resistência das que «estão presas nas cadeias do regime sionista por se oporem à ocupação israelita» e as que «deram o seu sangue no caminho da liberdade».
Habitantes nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental, da Cisjordânia e de Gaza, nos campos de refugiados e na diáspora, ou sendo cidadãs de Israel, as mulheres palestinianas «prosseguem o combate pela liberdade e independência do seu povo, pelo retorno dos refugiados, pela criação de um Estado palestiniano», destaca o MPPM. Em simultâneo, mantêm a luta «pela igualdade de género e pelos seus direitos económicos, sociais e políticos», acrescenta.
Forças israelitas reprimem manifestantes da Grande Marcha do Retorno
Milhares de palestinianos manifestaram-se este 8 de Março ao longo da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza, na 50.ª sexta-feira consecutiva das mobilizações Grande Marcha de Retorno, que se iniciou em 30 de Março de 2018. Por se realizar no Dia Internacional da Mulher, a manifestação recebeu o nome de «Sexta-feira da Mulher Palestiniana», indica o MPPM no seu portal.
Pelo menos um palestiniano foi morto – identificado pelo Ministério palestiniano da Saúde em Gaza como Tamer Khaled Arafat, de 23 anos – e 48 foram feridos pelas forças israelitas, que dispararam balas reais e balas revestidas de borracha contra os manifestantes.
Entre os feridos contam-se 15 menores, duas mulheres, quatro paramédicos e dois jornalistas, que foram atingidos por bombas de gás lacrimogéneo, granadas atordoantes ou balas reais, segundo referem o MPPM e a agência Ma'an.
Na semana passada, investigadores independentes da ONU divulgaram um relatório no qual se afirma que as forças militares israelitas podem ter cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade ao reprimirem os manifestantes desarmados nas mobilizações da Grande Marcha do Retorno.
Uma das principais reivindicações destes protestos prende-se com o levantamento do bloqueio que os israelitas (em colaboração com o Egipto) impõem à Faixa de Gaza há 12 anos e que destruiu a economia do enclave, privando os seus cerca de dois milhões de habitantes de infra-estruturas básicas, com consequências humanitárias trágicas.
Os manifestantes afirmam ainda o direito de os refugiados palestinianos – e seus descendentes – regressarem às terras de onde foram expulsos, em 1948, no âmbito da campanha de limpeza étnica levada a cabo por Israel, por ocasião da sua fundação.
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