Aboubacar Kampo, representante no Afeganistão do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla inglesa), precisou que, até ao final de Setembro de 2019, 631 crianças morreram e 1830 ficaram feridas em diferentes acções de guerra, o que representa um aumento de 11% relativamente aos primeiros nove meses de 2018.
Em declarações à TV local Tolo News, recolhidas pela Prensa Latina, o responsável afirmou que este registo de vítimas menores está relacionado com o aumento de ataques suicidas e com os combates frequentes entre o Exército local e as tropas da NATO, lideradas pelos Estados Unidos, e grupos armados talibãs, sobretudo.
Kampo lamentou que, em média, nove crianças sejam mortas ou mutiladas diariamente no país asiático e que, também devido à guerra, milhares de crianças fiquem sem acesso a direitos fundamentais, como habitação, família, educação de qualidade, cuidados de saúde, segurança e protecção.
O documento da Unicef revela ainda que, entre 2009 e 2018, foram mortas em território afegão 6500 crianças e 15 mil ficaram feridas, transformando «na zona de guerra mais letal do mundo» este país, que os EUA invadiram em 2001 – oficialmente para combater o «terrorismo» dos seus antigos aliados mujahidin – e para o qual, acusam Rússia e Irão, Washington anda agora a transportar combatentes do Daesh.
Outros números sobre o Afeganistão
Os números divulgados pela agência das Nações Unidas são bem ilucidativos da realidade que as crianças vivem actualmente no país da Ásia Central.
De acordo com a Unicef, 3,8 milhões de crianças necessitam de ajuda humanitária; 3,7 milhões estão em idade escolar mas não vão à escola; 600 mil crianças com menos de cinco anos sofrem de má-nutrição severa; 30% das crianças trabalham.
O organismo revelou ainda que precisa de 323 milhões de dólares para prosseguir as suas actividades em 2020 no Afeganistão, sendo que, até ao momento, apenas tem garantidos 25% dessa verba.
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