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No Dia da Medicina Latino-americana, Cuba celebra a solidariedade

A 3 de Dezembro a Ilha assinala o Dia da Medicina Latino-americana e do Trabalhador da Saúde. Os êxitos no combate à pandemia e a solidariedade com outros povos estão em destaque.

Uma delegação de mais de 200 médicos, enfermeiros e técnicos de saúde cubanos chegaram ao aeroporto 4 de Fevereiro, em Luanda, Angola, a 10 de Abril de 2020, para ajudar as autoridades locais a enfrentar a doença COVID-19 naquele país africano de expressão portuguesa. Cuba apoia a luta contra a pandemia causada pelo novo coronavírus em pelo menos 15 países no mundo
Uma delegação de mais de 200 médicos, enfermeiros e técnicos de saúde cubanos chegaram ao Aeroporto 4 de Fevereiro, em Luanda, Angola, a 10 de Abril de 2020, para ajudar a combater a Covid-19 CréditosEPA/AMPE ROGERIO / LUSA

«Vivemos tempos complexos, duros, mas também foram tempos de crescimento», afirmou recentemente o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, num encontro com representantes do sector da Saúde.

Díaz-Canel felicitou os hospitais militares, a primeira referência do país na luta contra o novo coronavírus, e classificou como extraordinário o trabalho de médicos, enfermeiros e técnicos de todos os centros de saúde do país caribenho.

Entre os êxitos alcançados por Cuba, contam-se a criação de vacinas próprias e a campanha de vacinação, tendo sido administradas 28,4 milhões de doses à população, segundo refere a Prensa Latina.

De acordo com os dados do Ministério da Saúde Pública, a taxa de incidência da doença diminuiu consideravelmente em todas as províncias, assim como o número de pacientes graves e críticos, de casos pediátricos e de falecidos.

No contexto da pandemia, Cuba mostrou mais uma vez a sua solidariedade, recorrendo ao Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastre e Graves Epidemias «Henry Reeve».

Para combater a pandemia de Covid-19, foram criadas quase 60 brigadas, compostas por cerca de 5000 membros, que cumpriram missões solidárias em 40 países.

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«Apoiar Cuba significa lutar pela liberdade de todos os povos»

Em conversa com a Prensa Latina, o secretário nacional da Rifondazione Comunista afirmou que defender Cuba hoje é um dever que ultrapassa a preservação da sua soberania e independência.

Manifestação recente em Roma de solidariedade com o povo cubano 
Créditos / Prensa Latina

Maurizio Acerbo disse que a defesa da Ilha vai muito além pelo significado que tem, a nível internacional, «a possibilidade de um povo se libertar dos condicionamentos do império norte-americano».

«Penso que neste momento está em jogo, em torno de Cuba, inclusive uma mudança nas relações internacionais», disse o dirigente comunista ao jornalista Frank González, tendo acrescentado que «os Estados Unidos, e o Ocidente em geral, devem decidir se querem desenvolver relações de respeito entre os povos ou tentar novamente reafirmar o seu domínio» no planeta.

«"os Estados Unidos, e o Ocidente em geral, devem decidir se querem desenvolver relações de respeito entre os povos ou tentar novamente reafirmar o seu domínio"»

Antecipando o fracasso desta segunda opção, Acerbo referiu que «devemos estar ao lado de Cuba exigindo o fim do bloqueio» e a abertura de «relações económicas positivas» com o país caribenho, algo que, defendeu, pode ser feito por Itália e a Europa em geral, «rejeitando envolver-se com os Estados Unidos e a máfia dos fanáticos de Miami».

Nascido há 55 anos na cidade costeira de Pescara, o secretário nacional do Partito della Rifondazione Comunista (PRC) começou a participar na vida política no final dos anos 70, em organizações de estudantes, movimentos pacifistas, ecologistas e de solidariedade com os povos da América Latina, da Palestina, da África do Sul e o movimento zapatista, no México.

«"divulgamos uma versão sobre o que se passa em Cuba diferente da que passam os órgãos de comunicação, que parecem repetir uma partitura que veio de Washington"»

Em 1984, foi eleito secretário provincial de Pescara da Federação Juvenil Comunista Italiana e, cinco anos mais tarde, fez parte do grupo que tentou evitar, sem êxito, a dissolução do Partido Comunista Italiano, tendo entrado então no PRC, pelo qual foi eleito deputado em 2006.

A 2 de Abril de 2017 foi eleito secretário nacional da Rifondazione Comunista, que assumiu um papel muito activo na colaboração com as associações que no país se solidarizam com Cuba e na realização de actividades de apoio à Ilha, em conjunto com outros partidos de esquerda.

«O povo italiano reconhece muito o que Cuba fez com as brigadas médicas»

«Neste sentido – afirmou –, promovemos mobilizações de solidariedade e iniciativas de informação e sensibilização contra o bloqueio, e divulgamos uma versão sobre o que se passa em Cuba diferente da que passam os órgãos de comunicação, que parecem repetir uma partitura que veio de Washington.»

Acerbo destacou que o movimento de amizade cresceu muito em Itália devido ao próprio mérito de Cuba, «porque o povo italiano reconhece muito o que Cuba fez com as brigadas médicas do Contingente Henry Reeve, que vieram ajudar-nos na fase mais difícil da pandemia», disse à Prensa Latina.

«"devemos fazer tudo para desmontar esta agressão, por agora, mediática", com todas as mentiras de que se alimenta»

Referindo-se ao desprezo da administração norte-americana pela rejeição que todos os anos é expressa contra o bloqueio na Assembleia Geral das Nações Unidas, Acerbo afirmou que a campanha actual de Washington contra Cuba parece ter como objectivo sair desse isolamento.

A desestabilização de Cuba promovida por Washington, advertiu, procura envolver a Europa e outros países, numa guerra que, recordou, é fundamentalmente económica, política e de comunicação.

A este respeito, denunciou os partidos políticos italianos que «se deixaram envolver nas últimas semanas no ataque contra Cuba», tendo sublinhado que «devemos fazer tudo para desmontar esta agressão, por agora, mediática», com todas as mentiras de que se alimenta.

Maurizio Acerbo mostrou-se confiante no fracasso das tentativas dos Estados Unidos, porque, frisou, a reputação de Cuba em todo o mundo é de um país que trabalha pela paz, a cooperação e a solidariedade entre os povos.

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Pela defesa de princípios como o humanismo e a defesa do direito humano à saúde, personalidades e organizações internacionais ergueram a voz para que o contingente fosse nomeado para o Prémio Nobel da Paz.

Sobre o Contingente Henry Reeve, Díaz-Canel disse em Junho deste ano: «Vocês representam a vitória da vida sobre a morte, da solidariedade sobre o egoísmo, do ideal socialista sobre o mito do mercado. Com o vosso nobre gesto e a vossa brava disposição para desafiar a morte para salvar vidas, vocês mostraram ao mundo uma verdade que os inimigos de Cuba quiseram silenciar ou manipular: a força da medicina cubana.»

Um dia para lembrar as muitas conquistas da Saúde em Cuba

No dia 3 de Dezembro, celebra-se o nascimento do cientista cubano Carlos J. Finlay (1833-1915), que, em 1881, descobriu o agente transmissor da febre amarela. Durante cerca de três décadas a data foi conhecida, no país, como Dia da Medicina Americana, mas, com o triunfo da revolução, institui-se como Dia da Medicina Latino-americana e do Trabalhador da Saúde, sendo ocasião para homenagear todos os trabalhadores que se dedicam à promoção, preservação e restabelecimento da saúde, dentro e fora de país.

A data serve também para ressaltar os principais avanços e conquistas na área da Saúde na maior ilha das Antilhas, bem como para destacar a cooperação a nível internacional. Recorde-se que o país caribenho desenvolve há quase seis décadas diversos programas de ajuda e colaboração médica, de que é exemplo o «Barrio Adentro», na Venezuela, com a participação de 147 mil especialistas.

Também se destaca a Operação Milagre, que melhorou a visão de mais de três milhões de pacientes em 35 países da América Latina e das Caraíbas, e o combate à epidemia do ébola em África.

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