Na capital, Damasco, milhares de pessoas vieram para as ruas, na passada quinta-feira, denunciar as medidas económicas coercivas e unilaterais impostas pelos EUA à Síria.
Mostrando bandeiras nacionais e cartazes com imagens do presidente do país árabe, Bashar al-Assad, os manifestantes entoaram palavras de ordem contra os Estados Unidos da América e a sua política de terrorismo económico, cujas consequências são visíveis no país árabe.
Em função da deterioração da situação económica, dos baixos salários, das «dificuldades», algumas pessoas têm protestado também contra a falta de acção de acção imediata do governo.
Esta parece ser a aposta de Washington e da União Europeia: derrotados no terreno os seus mercenários, tentam sufocar economicamente o país árabe e levar o povo à miséria – alegando que as sanções visam o governo e as empresas que com ele colaboram.
Nas manifestações dos últimos dias em Damasco, em Sweida e Daraa (junto à fronteira com a Jordânia), e em Latakia (na costa mediterrânica), vincou-se a necessidade de unidade nacional, de apoio ao governo e ao Exército no contexto da chamada «Lei César», legislação norte-americana que entra em vigor no dia 17 de Junho para, alegadamente, «proteger o povo sírio», mas que tem sido denunciada por Damasco, países aliados e diversos organismos como o endurecimento da política de sanções.
A partir de agora, o Departamento do Tesouro norte-americano poderá sancionar qualquer empresa ou instituição que tenha relações comerciais com o Estado sirio, sejam ou não norte-americanas.
Yaroub Kheirbeik, um jornalista que participou na manifestação de Damasco, disse à PressTV que a medida «vai afectar a saúde financeira dos cidadãos» e que visa «castigar o povo em concreto», num país desgastado por nove anos de guerra de agressão.
«Lei César é um crime contra a humanidade»
Na Jordânia, vários deputados, figuras políticas e do mundo da cultura subscreveram um comunicado em que condenam o «terrorismo económico exercido pelos EUA contra a Síria», denunciam a chamada «Lei César» e a caracterizam como «um dos tipos mais perigosos de crime contra a humanidade».
A medida evidencia a «harmonia» existente «entre os Estados Unidos e o inimigo sionista, que é o primeiro inimigo de toda a humanidade», refere o texto, indicando que os EUA recorrem a esta lei «depois de terem sido incapazes de alcançar os seus objectivos em anos de guerra na Síria», revela a agência SANA.
O comunicado, em que se apela à solidariedade com o povo sírio, destaca que as repercussões da medida irão sentir-se também na Jordânia e em todo o Oriente, pelo que insta à criação de um conselho de cooperação económico oriental para fazer frente às crises económicas. Os subscritores mostram total confiança na vitória da Síria sobre a «criminosa política norte-americana».
Num artigo publicado hoje na RT, o jornalista Alberto Rodríguez García afirma que a guerra económica não funcionou contra o Iraque, Cuba, Rússia, China, Irão, Venezuela. «Não funcionou em lado nenhum. E na Síria não funcionará. A guerra económica apenas provocará malnutrição, doenças, mortalidade infantil e o sofrimento desnecessário nos civis. Porque a guerra económica é o mais desumano dos castigos colectivos», diz.
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