O CEELA, integrado por ex-presidentes e magistrados de órgãos eleitorais na América Latina, acompanhou as várias etapas do processo eleitoral para a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), e, no relatório que divulgou, destaca a «robustez, a fiabilidade e a transparência do sistema eleitoral venezuelano», informa a AVN.
O documento, lido este domingo na capital venezuelana por Nicanor Moscoso, representante da organização, destaca que os eleitores no país caribenho reconhecem a robustez do sistema de votação. «A segurança que encontrámos no sistema automatizado de votação, devido às auditorias, blinda totalmente o resultado e garante que este reflecte a soberana vontade dos eleitores», disse Moscoso.
O relatório, que será entregue ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), também reitera a necessidade de se respeitar a vontade do povo num processo que registou alta participação (8 089 320 eleitores), para eleger 537 dos 545 constituintes.
No documento, informa-se que, antes das eleições, foram analisadas as normas da Constituição Bolivariana da Venezuela, concluindo-se que a convocatória para a Assembleia Constituinte, realizada a 1 de Maio pelo presidente da República, Nicolás Maduro, se enquadra no ordenamento jurídico do país, pelo que o CNE tinha a obrigação de organizar as eleições.
A lidar com boicotes e sabotagens
O presidente da Câmara Municipal de Caracas, Jorge Rodríguez, afirmou ontem que vão ser retiradas as licenças às transportadoras que se recusaram a prestar serviço durante a jornada eleitoral deste domingo. Em conferência de imprensa, o autarca denunciou que os donos dessas companhias receberam 150 mil dólares para evitar que os cidadãos se deslocassem até aos locais de voto.
Também ontem, Nicolás Maduro pediu explicações às cadeias Televen e Venevisión pelo facto de não terem feito cobertura do processo eleitoral para a ANC. O chefe de Estado disse que é a primeira vez que estas cadeias televisivas procedem deste modo, tornando «invisível» uma jornada eleitoral. Caso os seus donos não dêem as explicações exigidas, ficarão sujeitos às sanções pertinentes, indica a AVN.
Entretanto, os dirigentes políticos da extrema-direita Leopoldo López e Antonio Ledezma, que se encontravam em prisão domiciliária, regressaram à prisão, esta madrugada, por violação das normas que lhes permitiam estar em casa em condições especiais, informa a TeleSur. Ambos apelaram à realização de protestos; López chegou mesmo a pedir aos militares que se revoltassem contra o governo.
Apoios e reconhecimento
O governo russo manifestou, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o seu apoio ao processo de diálogo na Venezuela e reconheceu os resultados das eleições para a Assembleia Nacional Constituinte.
Do mesmo modo, o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros felicitou a República Bolivariana da Venezuela pelo êxito das eleições para a ANC, salientando a importância de se respeitar a soberania e a independência do país sul-americano.
Através do Twitter, o presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Evo Morales, felicitou «o povo venezuelano pela sua participação democrática na eleição da Assembleia Constituinte» e afirmou que a Venezuela «é a ponta de lança contra o império».
Por seu lado, num comunicado, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, louvou a Constituinte como um instrumento de paz e de resguardo da soberania nacional.
Cuba: sanções dos EUA são arbitrárias
Através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o governo de Cuba expressou a sua solidariedade com o povo e o governo da Venezuela, e denunciou «a bem concertada operação internacional» contra a nação sul-americana a partir dos Estados Unidos.
O governo de Raúl Castro saudou a participação do povo venezuelano nas eleições deste domingo para a ANC, em que participaram mais de oito milhões de pessoas, sublinhando que o povo venezuelano mostrou que «milita decisivamente no lado da paz, na defesa da segurança dos cidadãos, da independência e da livre determinação da sua Pátria», informa a AVN.
Na declaração, Cuba repudia as sanções que a administração norte-americana pretende impor ao presidente e a outros funcionários venezuelanos, qualificando-as como «arbitrárias, insólitas e violadoras do Direito Internacional».
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