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Palestina condena a expansão israelita e o roubo de terras

O porta-voz da Presidência palestiniana, Nabil Abu Rudeineh, denunciou a guerra que Israel leva a cabo nos territórios ocupados, bem como a sua política de colonização e de roubo de terras.

Vista do colonato ilegal de Ramat Shlomo em Jerusalém Oriental ocupada Créditos / PressTV

Num comunicado divulgado pela Wafa esta quinta-feira, o funcionário condenou a decisão das autoridades de ocupação de expropriar mais 12 715 dunums de terras palestinianas no Vale do Jordão (Cisjordânia) – cerca de 1271 hectares, que equivalem ao maior roubo de terras naquele território em três décadas.

Rudeineh também criticou os anúncios de construção de mais 5000 habitações para colonos na Margem Ocidental ocupada e a legalização de três postos avançados.

«A guerra e os colonatos não trarão segurança nem paz a ninguém», afirmou, acrescentando que estas decisões israelitas visam «evitar a criação de um Estado palestiniano geograficamente contíguo nos territórios ocupados em 1967 na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e na Faixa de Gaza».

Abu Rudeineh lembrou que todos os colonatos nos territórios ocupados são ilegais, e que esse carácter ilegal, bem como a necessidade de desmantelar os colonatos, foi reafirmado por várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Perante as acções extremistas, o povo palestiniano não ficará de braços cruzados, afirmou o porta-voz presidencial.

Rudeineh responsabilizou os Estados Unidos por estas decisões israelitas, que «estão a levar a região para uma explosão geral», e exigiu à administração norte-americana que tome medidas imediatas para obrigar Israel, potência ocupante, «a parar a guerra genocida contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, bem como os seus crimes e o colonialismo dos colonos».

De acordo com dados oficiais, mais de 250 mil colonos judeus vivem em Jerusalém Oriental ocupada e outros 500 mil residem na Margem Ocidental.

Prossegue o massacre em Gaza

Ataques aéreos e de artilharia israelitas continuaram ao longo desta noite e madrugada em vários pontos do enclave costeiro, num momento em que algumas vozes dão conta de avanços nas conversações entre as forças sionistas e a resistência palestiniana com vista a alcançar um cessar-fogo.

Segundo refere a Wafa, no 273.º dia da «guerra genocida» de Israel contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza, há registo de bombardeamentos no Norte, Centro e Sul do enclave.

Entretanto, esta quinta-feira a ONU alertou para a situação humanitária no território, nomeadamente para o facto de os deslocados, repetidamente deslocados, não terem para onde ir, porque as zonas para onde se dirigem estão sobrelotadas.

Neste contexto, a agência da ONU para os refugiados palestinianos (Unrwa) afirmou que as condições são «para lá de insuportáveis», também devido às toneladas de lixo que se amontoam nas ruas, sob o calor do Verão.

Muitos milhares de famílias vivem agora «nos esqueletos de edifícios bombardeados ou entre pilhas de lixo», alertou a Unrwa, que chamou também a atenção para o aumento de doenças transmissíveis, sobretudo entre crianças subnutridas com sistemas imunitários enfraquecidos.

De acordo com as autoridades de Saúde, a agressão israelita em curso à Faixa de Gaza provocou, desde 7 de Outubro até ontem, 38 011 mortos e 87 445 feridos, Estima-se que o número de desaparecidos seja superior a dez mil.

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