O 41.º aniversário da revolução que pôs fim à ditadura sangrenta da dinastia Somoza calhou a um domingo e, assim, de acordo com o artigo 66.º do Código do Trabalho, o feriado nacional é gozado hoje.
Este ano, a efeméride esteve marcada pela pandemia de Covid-19 no país centro-americano, não tendo sido convocada a concentração que, por norma, reúne muitos milhares de pessoas em Manágua.
Numa cerimónia mais simples, o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, dirigiu-se este domingo aos seus compatriotas a partir da Praça da Revolução, tendo exortado o povo a combater unido a Covid-19 e a manter o país a funcionar nas actuais condições, mas cumprindo as medidas decretadas pelas autoridades de saúde, indica a Prensa Latina.
No dia anterior, um canal da televisão nacional transmitiu, a partir do Teatro Nacional Rubén Darío, o concerto virtual «Cantos a la Revolución», uma antologia de mais de duas horas de canções e hinos que foram a narrativa musical da gesta da revolução desde a fase da insurreição até ao presente.
O leque de canções enalteceu as figuras do herói anti-imperialista Augusto César Sandino, que liderou a expulsão da Nicarágua das tropas intervencionistas norte-americanas em 1933, e Carlos Fonseca Amador, líder da luta contra a ditadura de Anastasio Somoza.
Avanços sociais e económicos
Já passaram 41 anos deste o triunfo da Revolução Sandinista e os avanços que o país latino-americano conheceu são inegáveis. Os desafios do actual governo de Daniel Ortega passam pela erradicação da pobreza extrema e por manter a senda do progresso económico, apesar das sanções, da ameaça de golpe por parte dos EUA e do forte abalo que a Nicarágua sofre com a tentativa fracassada de golpe de Estado de Abril-Julho de 2018, também alimentado por Washington.
A Educação gratuita e de qualidade, a cobertura universal da Saúde, a democratização da propriedade da terra e o combate à pobreza destacam-se entre as grandes transformações levadas a cabo pelos governos sandinistas.
Na área da Saúde, verificou-se uma grande aposta na construção de infra-estruturas (ao nível dos cuidados primários, hospitais nacionais e departamentais); a mortalidade materna diminiu 59% entre 2006 e 2018, e a mortalidade infantil, 58%, refere a TeleSur.
A gratuitidade da saúde para todo o povo da Nicarágua foi declarada com a chegada ao poder da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), em 1979. Com o novo modelo, foi possível acabar com a poliomelite (em 1982) e controlar doenças como a tosse convulsa e o sarampo.
A área da Educação fica marcada pela Cruzada Nacional de Alfabetização, promovida pelo governo sandinista logo após o triunfo da revolução e que permitiu reduzir o analfabetismo no país de níveis superiores a 50% para 12% – um avanço que foi reconhecido pela Unesco em 1981.
A par do carácter gratuito e de qualidade, a partir de 2007 o governo de Daniel Ortega apostou na valorização profissional dos docentes, bem como numa série de programas de apoio social aos estudantes.
O combate à pobreza (que foi reduzida de 48% para metade) e à pobreza extrema (que diminuiu 20%, passando para 6,3%, segundo dados da TeleSur) esteve e continua a estar entre as metas dos sandinistas.
Com o triunfo da revolução e as políticas a favor do povo, muitos nicaraguenses tiveram acesso à habitação, a água potável e saneamento. Para além disso, foi construída uma extensa rede rodoviária, de estradas e caminhos, e alargou-se a cobertura da rede eléctrica nacional, que hoje abrange mais de 97% do território.
As mulheres passaram a assumir um papel mais destacado na sociedade, a nível social, político e económico, e a segurança aumentou – ao ponto de a Nicarágua ocupar o primeiro lugar entre os países centro-americanos, segundo refere a TeleSur.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui