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População organiza-se contra a violência na Nicarágua

O chefe de Estado anunciou a revogação das reformas da Segurança Social contra as quais se manifestaram de forma violenta, nos últimos dias, «grupos de deliquentes instigados pela direita».

Grupos violentos em acção na Nicarágua; o governo acusa-os de serem instigados pela direita
Créditos / Misión Verdad

Hospitais, clínicas, escolas, universidades, lojas, instituições governamentais, casas, espaços públicos, ambulâncias e carros foram atacados e saqueados por grupos violentos, nos últimos dias, segundo pôde constatar no terreno a Prensa Latina.

De acordo com o governo nicaraguense, os «delinquentes» estão a usar as reformas à Segurança Social, aprovadas a 16 de Abril, para, «instigados» por determinados sectores da direita, «procurarem obter benefícios políticos por via da desestabilização, do desabastecimento e da escassez de alimentos à população».

A TeleSur e a Prensa Latina referem que, em cinco dias de protestos, iniciados na passada quarta-feira, foram assassinadas pelos menos dez pessoas, incluindo um jornalista, que foi atingido a tiro enquanto trabalhava. Outras fontes, como a agência France Presse, apontam para mais de 20 vítimas mortais.

Neste contexto, a maioria da população, contrária às acções violentas, está a organizar-se nas suas comunas e centros de trabalho para fazer face a quem procura criar o caos no país centro-americano e defender os seus bairros, as suas lojas e espaços públicos, tendo como lema «Não ao saque! Sim à paz!», segundo informa a Prensa Latina.

Reforma revogada

Ontem, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, anunciou que o Instituto Nicaraguense de Segurança Social (INSS) tinha decidido pôr de parte a reforma aprovada há uma semana, com o intuito de reforçar a sustentabilidade do organismo e evitar a sua privatização.

De acordo com a TeleSur, a reforma do INSS foi aprovada após a realização de várias mesas de negociação ao longo de 2017, nas quais ficou estabelecido o aumento das quotizações para as empresas e para os trabalhadores.

Acompanhado por empresários de vários sectores, o chefe de Estado afirmou que o INSS tinha tomado a decisão de cancelar a reforma por forma a facilitar o diálogo e a reestabelecer a paz no país.

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