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Professores do Ensino Superior voltam à greve na Escócia

Docentes universitários de toda a Escócia estiveram em greve esta segunda-feira, após o falhanço «extremamente decepcionante» nas negociações. A luta por aumentos salariais vai continuar.

Professores em greve no Kelvin College, em Glasgow Créditos / @EISFela

Na quinta-feira passada, o College Employers Scotland (CES), que representa as universidades enquanto entidades empregadoras, disse que a sua proposta era «final» e recusou-se a avançar com base na proposta que a estrutura sindical apresentou para desatar o nó.

Desta forma, os professores filiados no sindicato EIS-FELA fizeram greve ontem e preparam-se para mais oito jornadas de luta, a nível nacional (Escócia), ao longo dos meses de Maio e Junho.

O conflito em torno de um salário justo remonta a 2022, com a organização sindical que representa os docentes do Ensino Superior a rejeitar os termos propostos pelo patronato, considerando que, sem aumentos há dois anos, eles levariam os professores a ser aumentados bem abaixo da inflação.

Cartaz no piquete de greve junto ao Kelvin College, em Glasgow / @EISFela

Além disso, o sindicato argumenta que a proposta de aumento salarial feita aos docentes universitários é inferior às realizadas a outros trabalhadores da administração pública, pelo que, se não houver «avanços concretos» nas próximas reuniões, as greves serão levadas a efeito.

Em declarações recolhidas pelo Morning Star, um representante sindical classificou como «extremamente decepcionante» o falhanço nas negociações da passada quinta-feira.

«Os professores universitários querem voltar às faculdades, dar aulas e ajudar os seus estudantes a obter as suas qualificações», disse.

«No entanto – frisou –, vão continuar a lutar por um aumento salarial adequado, que aborde algumas das dificuldades financeiras e o stress que tiveram de suportar durante a pior crise de custo de vida dos últimos tempos.»

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Docentes do Ensino Superior na Escócia em luta por melhores salários

O patronato alega que a sua proposta faz dos professores universitários escoceses «os mais bem pagos do Reino Unido», mas, sem aumentos salariais desde Agosto de 2021, os docentes dizem «não».

Piquete de greve dos docentes do Dundee & Angus College, a 11 de Março de 2024, no contexto da luta por «salários justos» que prossegue esta semana, depois de 18 meses sem acordo  
Créditos / @EISFela

O College Employers Scotland (CES), que representa as universidades enquanto entidades empregadoras, apresentou aquilo que classificou como a sua proposta final (aumento de 16% a partir de Setembro deste ano), sublinhando que isso «manteria os professores universitários na Escócia como os mais bem pagos do Reino Unido».

No entanto, o EIS-FELA, estrutura sindical que representa os docentes do Ensino Superior, rejeitou a proposta, afirmando que, sem aumentos há mais de dois anos, os termos da proposta levariam os professores a ser aumentados bem abaixo da inflação.

Desta forma, os docentes continuam a lutar por «um salário justo». Depois de uma jornada nacional de greve e de pressão no Parlamento de Edimburgo, em Fevereiro, o EIS-FELA mantém as greves e adoptou a estratégia de visar os círculos eleitorais dos ministros do governo do Scottish National Party (SNP)-Verdes.

Uma representante sindical explicou que o EIS-FELA decidiu incluir «acções específicas, dirigidas a pessoas que têm capacidade para ajudar a resolver o conflito». A decisão de avançar para este tipo de acções «nunca é tomada de ânimo leve, mas os docentes já esperam há um ano e meio por um acordo salarial, durante um período de grande crise do custo de vida», acrescentou, citada pelo Morning Star.

Piquete de greve dos professores do Fife College, a 20 de Março de 2024 / @EISFela

Assim, na semana passada, os docentes realizaram dois dias de greve no Dundee & Angus College, também com o objetivo de chamar a atenção para a sua luta no círculo eleitoral do ministro do Ensino Superior, Graeme Dey, e da Secretária das Finanças, Shona Robison, que abateu quase 38 milhões de euros ao financiamento das faculdades no último orçamento.

Esta semana, são os trabalhadores do Fife College que estão em greve e a organizar piquetes, no círculo eleitoral da Secretária da Educação, Jenny Gilruth, para afirmar que a chamada «proposta final» da entidade patronal tem de ser melhorada.

A vice-presidente do EIS-FELA, Lynn Davis, disse ao Morning Star que «os professores universitários da Escócia continuam determinados a garantir um aumento salarial justo, ao mesmo tempo que salvaguardam os empregos no sector».

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Em Fevereiro, o EIS-FELA dinamizou uma jornada nacional de greve e de pressão no Parlamento de Edimburgo e, desde então, as greves têm sido realizadas de forma alternativa, abrangendo um determinado conjunto de faculdades de cada vez.

Além disso, a estrutura sindical adoptou a estratégia de visar os círculos eleitorais dos ministros que integram o governo escocês, realizando «acções específicas dirigidas a pessoas que têm capacidade para ajudar a resolver o conflito».

A decisão de avançar para este tipo de acções «nunca é tomada de ânimo leve, mas os docentes já esperam há um ano e meio por um acordo salarial, durante um período de grande crise do custo de vida», explicou em Março último uma dirigente sindical.

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