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Escócia: trabalhadores da Bosch Rexroth avançam para a greve

Centenas de trabalhadores da subsidiária alemã em Glenrothes decidiram fazer greve, a partir de 20 de Maio, em luta contra aquilo que classificam como «uma enorme perda salarial em termos reais».

Instalações da Bosch Rexroth em Glenrothes (Escócia), onde cerca de 250 trabalhadores podem iniciar uma greve de 12 semanas a 20 de Maio 
Créditos / alltecconstruction.co.uk

A decisão foi anunciada esta quinta-feira pelo sindicato Unite, que informou que 250 trabalhadores da fábrica da Bosch Rexroth, na região escocesa de Fife, apoiaram a medida de luta, numa votação amplamente expressiva.

Os trabalhadores rejeitaram a proposta de aumento salarial de 1,25%, apresentada pelo gigante alemão da tecnologia e engenharia, algo que, segundo a estrutura sindical, representa uma enorme desvalorização dos salários em termos reais.

A Bosch Rexroth desenha peças para a indústria da construção, incluindo engrenagens e travões, bem como peças para empilhadeiras.

O Unite diz que a empresa está numa posição financeira forte, com lucros após os impostos de 12,4 milhões de libras em 2022 – bem acima dos 8,9 milhões em 2021.

Também denuncia que a proposta de aumento salarial para os trabalhadores contrasta com o aumento de 63%, no mesmo período, para o seu director mais bem pago.

Rapidez a premiar o conselho de administração, não os trabalhadores

Em declarações recolhidas pelo Fife Today, Sharon Graham, secretária-geral do Unite, destacou a elevada votação a favor da greve por parte dos trabalhadores, acrescentando que estes «não irão tolerar enormes perdas em termos reais numa empresa lucrativa e que é rápida a premiar o conselho de administração com grandes aumentos».

«É uma empresa que pode facilmente fazer uma proposta de remuneração justa, mas cinicamente não o fez para aumentar os seus lucros», criticou a dirigente sindical, antes de afirmar que o Unite irá apoiar os trabalhadores a 100% «na luta por melhores empregos, salários e condições».

A paralisação aprovada tem uma duração prevista de 12 semanas consecutivas. A este propósito, George Ramsay, delegado do Unite, disse que «a Bosch Rexroth só se pode queixar de si mesma por esta situação».

Declarou ainda que, até 20 de Maio, a empresa tem tempo para fazer uma proposta «aceitável e justa».

Avisou, no entanto, que «a mensagem dos trabalhadores é clara: não aceitam propostas de baixos aumentos de uma empresa que está a facturar bem», indica o Fife Today.

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