|Reino Unido

Sindicatos britânicos satisfeitos com nacionalização de três operadores ferroviários

O governo britânico confirmou que vai avançar, em 2025, com a nacionalização de três empresas que exploram a ferrovia; os sindicatos dos transportes congratulam-se com este «primeiro passo».

A South Western Railway regressa ao domínio público em Maio de 2025 Créditos / fromthemurkydepths.co.uk

O sindicato dos ferroviários RMT congratulou-se com a decisão anunciada pelo governo britânico relativa à empresa South Western Railway, que irá regressar ao domínio público no próximo ano.

Para o National Union of Rail, Maritime and Transport Workers (RMT), trata-se do «primeiro passo ao abrigo da nova Lei dos Serviços Ferroviários de Passageiros (Propriedade Pública) e da criação da Great British Railways», lê-se em nota publicada esta quarta-feira.

De acordo com os planos do executivo, à renacionalização da South Western Railway, prevista para Maio do ano que vem, seguir-se-ão, em Julho, a da C2C e, no Outono, a da Greater Anglia.

O secretário-geral do RMT, Mick Lynch, disse à imprensa que «este é um passo significativo para os passageiros, os trabalhadores ferroviários e aqueles que desejam ver um sistema ferroviário eficiente a funcionar para o bem público, e não para o lucro privado».

«Depois de décadas de privatizações inúteis, o regresso da South Western Railway, da C2C e da Greater Anglia à propriedade pública é o primeiro passo para a construção de um sistema ferroviário fiável, acessível e integrado», acrescentou o dirigente sindical.

Em seu entender, «juntar a infra-estrutura e os serviços de passageiros sob uma única empresa pública é investir adequadamente nas operações, harmonizando as condições para o pessoal e dando prioridade às necessidades dos passageiros».

Uma ferrovia como serviço público e não para o lucro privado

Também Mick Whelan, secretário-geral do sindicato de maquinistas Aslef, defendeu que se trata da «decisão certa, na altura certa».

«Os corsários retiraram centenas de milhões de libras dos nossos caminhos-de-ferro e os sucessivos governos conservadores prosseguiram uma política de declínio controlado que lesou os contribuintes, os passageiros e os trabalhadores», acusou.

«Agora vamos ver as rodas e o aço juntos novamente, o fim da fragmentação falhada da nossa rede, e uma ferrovia trazida de volta ao sector público, onde pertence, para ser gerida como um serviço público, não para lucro privado», sublinhou, citado pelo Morning Star.

Johnbosco Nwogbo, dirigente da campanha We Own It, em defesa dos serviços públicos, afirmou que, «para isto ter êxito, o governo deve apostar tudo ao serviço dos passageiros e dos contribuintes».

Entre outros aspectos, defendeu que todas as empresas que detêm e alugam comboios devem voltar ao domínio público – o que permitirá recuperar 250 milhões de libras por ano perdidas em dividendos de accionistas privados.

Defendeu igualmente a redução dos preços dos bilhetes, a reabertura de novas rotas e a possibilidade de os passageiros participarem na fiscalização do modo como os caminhos-de-ferro públicos são geridos.

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