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Sindicatos contestam figura com «agenda de cortes» na ferrovia escocesa

Defendendo «investimento nos serviços», os sindicatos criticam a nomeação de um académico com «historial de cortes» como presidente da empresa ferroviária do governo escocês.

Comboio da ScotRail Créditos / thescottishsun.co.uk

Dirigentes sindicais criticaram a nomeação de um académico da Universidade de Sterling como novo presidente do organismo governamental escocês que detém a ScotRail e a Caledonian Sleeper.

Ao anunciar a nomeação do professor Iain Docherty, a secretária dos Transportes do executivo escocês, Fiona Hyslop, afirmou que o académico iria trazer «riqueza de conhecimento e experiência» ao cargo e ao sector dos transportes.

No entanto, tanto o sindicato RMT (ferroviários) como o Aslef (maquinistas) se mostraram bastante críticos com a decisão.

Kevin Lindsay, representante sindical do Aslef na Escócia, afirmou que «esta nomeação passa a mensagem errada no momento errado» e que «os serviços ferroviários da Escócia precisam de investimento e de um compromisso claro com o crescimento».

Nas declarações registadas pelo portal insider.co.uk, Lindsay destacou que «o governo escocês acabou de nomear um homem que há apenas alguns anos queria cortar os serviços ferroviários na Escócia, usando a pandemia de Covid como pretexto para o fazer».

Caledonian Sleeper / ontheluce.com

Lembrando que Iain Docherty «queria fechar as bilheteiras, cortar serviços e reduzir empregos "diminuindo rapidamente os custos com pessoal"», o dirigente sindical manifestou grande preocupação com o facto de ter agora assumido «um papel central nos serviços ferroviários escoceses».

Por seu lado, Mick Lynch, secretário-geral do National Union of Rail, Maritime and Transport Workers (RMT), acusou o executivo escocês de já estar a minar os caminhos-de-ferro da Escócia tentando forçar a redução do horário de funcionamento das bilheteiras.

No que respeita à nomeação de Docherty, recordou que, em 2021, tentou promover «uma agenda de cortes que seria devastadora para os caminhos-de-ferro da Escócia. O seu relatório defendia cortes de serviços, encerramento de bilheteiras e perdas de emprego em toda a rede».

Em sentido inverso, Lynch defende que os caminhos-de-ferro devem ser propriedade pública, estar dotados com todo o pessoal necessário e funcionar de acordo com os interesses das populações que deles dependem – «não sujeitos a um declínio controlado».

Neste sentido, insistiu, «são necessários investimentos nos serviços, não cortes que deixem os passageiros numa situação ainda pior».

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