O jornalista Gh. A. Hassoun afirma, numa peça hoje publicada, que os EUA, que atribuem a si mesmos o papel de «polícia do mundo» e de vigilante dos estados que violam os direitos humanos, deviam «estar no topo dessa lista», dado o seu «historial negro» no que respeita à «violação dos direitos dos povos», levando a tragédia a «milhares de pessoas no mundo».
A acusação é feita a propósito da situação dos refugiados e deslocados sírios «encurralados» há cerca de cinco anos no campo de Rukban, na região de al-Tanf, junto à fronteira entre a Síria e a Jordânia, que o jornalista caracteriza como uma «catástrofe humanitária pela qual os Estados Unidos são os únicos responsáveis».
Tal como tem sido noticiado recentemente, os EUA, que têm uma base militar na região de al-Tanf, têm estado a bloquear a saída dos civis, que são mantidos como reféns no campo por grupos terroristas, que exigem grandes quantias de dinheiro, em dólares, para os deixar sair e os impedem de regressar às suas casas, localizadas em zonas controladas pelo governo de Damasco e que foram libertadas de terrorismo pelo Exército Árabe Sírio.
«Situação desastrosa»
Há alguns dias, os comités conjuntos de coordenação da Síria e da Rússia para o regresso dos refugiados confirmaram informações anteriores sobre a «situação humanitária desastrosa» dos civis no campo de Rukban, que «sobrevivem nas condições mais difíceis e fazem frente, diariamente, à violência dos grupos terroristas». Sublinharam ainda que Washington devia tomar medidas para acabar com o campo e retirar as suas tropas da região.
A 19 de Fevereiro último, a Síria, em cooperação com a Rússia, criou dois corredores humanitários com o objectivo de permitir aos cerca de 50 mil refugiados sírios retidos no campo o regresso voluntário e seguro a suas casas, estabelecendo dois pontos de controlo nas imediações da área de al-Tanf.
No início de Março, Damasco enviou uma série de autocarros para resgatar os refugiados, em conjunto com a Polícia Militar russa, mas as tropas norte-americanas recusaram-se a garantir a segurança do comboio de viaturas em redor da sua base, cujo diâmetro é de 55 quilómetros, abortando a operação.
Neste sentido, o Ministério russo da Defesa denunciou «o comportamento das forças dos EUA», que «impediram os autocarros preparados pela Síria e pela Rússia de chegar ao campo de Rukban, para evacuar os civis sírios».
Apesar de todas as medidas tomadas, «a saída do campo de Rukban permanece complicada», disse o Ministério russo em comunicado. Sublinhou ainda «a hipocrisia do lado americano, que declara o seu compromisso com o reconhecimento dos valores humanitários e, em simultâneo, não faz nada para os implementar».
Numa altura em que o destino de milhares de sírios deslocados é controlado por terroristas apoiados pelas tropas norte-americanas e pela «política chantagista praticada por Washington», o Ministério desmente como «falsas» as afirmações do comando da chamada «Coligação Internacional», de acordo com as quais «não existem obstáculos ao livre movimento das pessoas deslocadas».
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