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Tal como Livre e BE querem, Von der Leyen tem proposta para reforço militarista da UE

Por via de Von der Leyen, a Comissão Europeia vai avançar com uma estratégia de 1,5 mil milhões de euros para incentivar a indústria de guerra e a prontidão da UE na “defesa”. Livre e BE convergiram na ideia de um exército comum europeu e Von der Leyen quer fazer-lhes a vontade.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia desde 1 de Dezembro de 2019, foi ministra da Defesa alemã de 2013 a 2019, responsável pela venda de armamento a países como a Turquia e a Arábia Saudita. 
Créditos / Yahoo!

No debate das legislativas entre Rui Tavares do Livre e Mariana Mortágua do Bloco de Esquerda (BE) , já perto do final, houve um ponto de convergência: a criação de mais um bloco político-militar. Se, por um lado, o BE diz ser pela dissolução da NATO e até invoca a Constituição da República Portuguesa (CRP) para o defender, por outro, não hesita em defender a criação de um exército europeu, ou seja, um outro bloco político-militar que contraria directamente a CRP.

Da parte do Livre, outra coisa não se esperava, dada a sua matriz «europeísta», mas que é somente uma capa para o aprofundamento dos pilares que regem o projecto europeu: o mesmo que visa a retirada de soberania dos países e está montado para satisfazer os interesses das principais potências. 

Em suma, estão ambos a defender o reforço do belicismo, da linha de continuidade da política externa europeia, neste contexto e não noutro, da instigação de conflitos, da confrontação e da provocação. Tudo isto, mediante interesses de manutenção de uma determinada hegemonia económica que, tal como a história indica, não é compaginável com a paz. 

Para que nada lhes falte, Von der Leyen anunciou hoje uma suposta estratégia de defesa com um orçamento de 1,5 mil milhões de euros que visa incentivar a competitividade da indústria de “defesa” e a prontidão de resposta da União Europeia nesta área. Quer isto dizer que a presidente da Comissão Europeia assume os passos dados na criação de um exército comum europeu. 

A ideia de Von der Leyen enquadra-se na prometida Estratégia Industrial de Defesa e a proposta passa por criar um Programa Europeu para a Indústria de Defesa. Faz quase lembrar o que chegou a ser defendido por Marisa Matias, quando a mesma disse que não via com maus olhos se a venda de armamento fosse por via da UE. 

É certo que a proposta que está em cima da mesa ainda não passa disso mesmo, já que vai a Conselho Europeu e tem que ser aprovada por unanimidade, mas a estratégia de reforço armamentista é um primeiro passo para a criação do que o Livre e Bloco de Esquerda tanto querem.

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