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Trabalhadores da electricidade na Índia protestam contra a privatização

A Federação dos Trabalhadores da Electricidade da Índia (EEFI) mostra-se determinada a levar a luta para outro patamar, caso o governo central não ponha fim às tentativas de privatização do serviço público.

Protesto em Chandigarh contra a privatização da electricidade Créditos / Hindustan Times

Trabalhadores do sector eléctrico de todo o país sul-asiático realizaram uma paralisação de uma hora, entre as 12h e as 13h, no passado dia 30 de Dezembro. Em simultâneo, indica o Newsclick, houve protestos solidários em diversos estados da Índia com os trabalhadores que se manifestavam em Chandigarh e Uttar Pradesh.

A paralisação, convocada pela EEFI com o apoio do Comité de Coordenação Nacional de Empregados e Engenheiros da Electricidade, foi acompanhada por grandes mobilizações nas capitais estaduais, apontou a EEFI num comunicado de imprensa em que também deixou clara a possibilidade de avançar para uma greve por tempo indeterminado, se o governo de Nova Déli não travar as paralisações no sector eléctrico.

«Esta acção a nível nacional tem como base a heróica luta anti-privatização em curso em Chandigarh e em Uttar Pradesh», lê-se no texto da organização sindical, no qual se lembra que a administração de Chandigarh «está desesperada por entregar a sua exemplar infra-estrutura de energia pública a uma empresa privada por um preço irrisório».

A federação dos trabalhadores do sector eléctrico critica igualmente os ataques «privatizadores» no estado de Uttar Pradesh, lembrando que aquilo que as entidades públicas estão agora a facturar será adicionado ao valor dos fundos privados, caso as empresas públicas venham a ser «entregues», muito abaixo do seu valor real, ao capital privado.

A Federação dos Trabalhadores da Electricidade da Índia (EEFI) mostra-se determinada a lutar contra as privatizações // Vijoo Krishnan / Newsclick

A federação sindical saudou os trabalhadores pela adesão a este protesto, que classificou como um «êxito» e como «simbólico», tendo ainda criticado o modo como a administração de Chandigarh e o governo de Uttar Pradesh lidaram com a acção de luta, ao invocarem a Lei de Manutenção dos Serviços Essenciais (ESMA) e a proibição de qualquer forma de manifestação pública, «em vez de ouvirem as partes interessadas».

Na sequência do apelo lançado pela plataforma conjunta de sindicatos nacionais, várias federações sindicais indianas mobilizaram os seus filiados no sentido de se manifestarem em apoio aos seus colegas da electricidade – foi o caso dos trabalhadores dos transportes rodoviários e dos funcionários públicos, que levaram a cabo protestos solidários em vários pontos do país.

«Esta acção nacional expressa firmemente a determinação resoluta dos trabalhadores da eletricidade da Índia em proteger os seus bens públicos», declarou a EEFI, sublinhando a «solidariedade massiva» demonstrada por trabalhadores de outros sectores em apoio à sua luta.

O comunicado, divulgado pelo secretário-geral da federação, Prasanta Chowdhury, insistiu na determinação dos trabalhadores da electricidade em defesa dos serviços públicos e na intensificação da luta, «se o governo central não travar a sua tentativa de privatização anti-popular de empresas de serviços públicos de energia».

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