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Trabalhadores de São Paulo em greve e multidão na rua contra as privatizações

Em dia de greve contra as privatizações dos serviços públicos no estado de São Paulo, milhares de pessoas participaram num acto frente à Assembleia Legislativa estadual, reforçando o «não» às concessões.

Junto à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), uma multidão denunciou as intenções de privatizar empresas públicas 
CréditosPedro Stropasolas / Brasil de Fato

Trabalhadores do metro, ferroviários, professores da rede estadual pública e funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) aderiram à greve unitária de 24 horas marcada para esta terça-feira.

A paralisação deu sequência a outras jornadas de luta realizadas desde o início de Outubro, num contexto de contestação aos projectos do governo do estadual, liderado por Tarcísio de Freitas (direita), com vista à privatização da Sabesp, da Fundação Casa, de linhas da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Transporte Metropolitano (CPTM).

Por seu lado, os docentes reivindicam que o governo de São Paulo recue na proposta de cortar cerca de 10 mil milhões de reais nas verbas do orçamento anual destinado à Educação no estado, indica o Brasil de Fato.

Multidão junto à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp)

Enquanto os deputados estaduais discutiam na Alesp o plano de concessão da Sabesp à iniciativa privada, representantes de sindicatos, movimentos populares e muitos cidadãos que se opõem à onda privatizadora do governador juntaram-se no exterior.

Representantes de diversos sectores, sindicatos e movimentos reuniram-se para protestar contra as privatizações prometidas por Tarcísio // Pedro Stropasolas / Brasil de Fato

«Nós vamos denunciar esses deputados que votarem a favor da privatização em prejuízo do povo paulista. Nós vamos continuar lutando e denunciando, porque, onde privatizou, a tarifa aumentou, como no Rio de Janeiro. Se compararmos as tarifas do Rio de Janeiro com São Paulo, na Sabesp, é uma disparidade absurda», destacou Renê Vicente, trabalhador da Sabesp e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema).

Por seu lado, a presidente do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo, Camila Lisboa, afirmou que os diversos sectores estão mobilizados por motivos muito maiores que as ameaças aos postos de trabalho, tendo lembrado que há muito mais em jogo.

«O que motivou os trabalhadores a fazer a greve foi também a defesa de seus empregos, mas não apenas isso. A defesa dos serviços públicos de qualidade também é parte da motivação dessa greve», disse.

O presidente do Sintaema, José Faggian, com trabalhadores da Sabesp / sintaemasp.org.br

«Os processos de privatização que aconteceram, tanto no transporte sobre trilhos, quanto na água e saneamento básico, mostram que os serviços pioraram e a tarifa aumentou», alertou.

Trabalhadores continuam na luta contra o projecto de privatização de Tarcísio

O presidente do Sintaema, José Faggian, declarou que a greve criou um grande movimento contra o projecto de privatização do governador Tarcísio de Freitas. «É um movimento vitorioso que entre os trabalhadores do saneamento conseguiu parar uma grande quantidade de áreas da Sabesp na capital e no estado inteiro», afirmou o dirigente ao portal do sindicato.

Sublinhando que «a população não vai aceitar a entrega de um património como é a Sabesp», Faggian disse que «a luta não acabou», frisando que o Sintaema, em conjunto com outros sindicatos, vai continuar «nas ruas para dizer um sonoro "não"» às privatizações.

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