Ontem à noite, o Gabinete Nacional de Processos Eleitorais (ONPE na sigla em castelhano) revelou que Pedro Pablo Kuczynski continuava a liderar a votação, com 50,16%, face aos 49,83% de Keiko Fujimori. A diferença entre ambos ronda os 53 mil votos.
Perante este cenário, o director da empresa de sondagens Ipsos Peru, Alfredo Torres, defendeu que o triunfo de Fujimori é «materialmente impossível», tendo em conta que teria de obter mais de 70% dos votos que falta contabilizar – de zonas distantes e da emigração.
De acordo com fontes do ONPE, o processo de escrutínio deve estar finalizado entre esta quinta-feira e o fim-de-semana. A concretizarem-se, estes resultados constituem um novo fracasso para Keiko Fujimori, que em 2011 foi derrotada na segunda volta pelo presidente cujo mandato agora termina, Ollanta Humala.
Anti-fujimorismo
A candidata da Força Popular foi a mais votada na primeira volta, que se celebrou em Abril. Na contenda com Kuczynski, vários analistas sublinharam que não estavam em causa diferenças ideológicas profundas e que ambos seguiam no mesmo barco da direita neoliberal e alinhada com Washington.
Pedro Pablo Kuczynski, com um vasto currículo em multinacionais e defensor da economia de mercado livre, conseguiu reunir o apoio de camadas populacionais e forças políticas para quem a eleição de Keiko, filha de Alberto Fujimori, representava o regresso ao poder do fujimorismo.
Alberto Fujimori cumpre actualmente uma pena de 25 anos de prisão por crimes de corrupção e contra a humanidade cometidos durante os anos da brutal ditadura que liderou (1990-2000).
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