Esta nova medida intervencionista surge «como reacção à frustração de um grupo de estados-membros da UE pela manifesta ineficácia das suas acções para forçar uma mudança de governo pela força na Venezuela», afirmou o executivo bolivariano através de um comunicado emitido esta segunda-feira pelo seu Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O Conselho dos Assuntos Externos da UE aprovou ontem novas medidas coercivas contra o país sul-americano, juntando mais 19 pessoas – funcionários do Estado venezuelano, «incluindo altos dignatários e magistrados, membros dos Poderes Públicos do país» – à sua lista de visados pelas sanções, em resposta às eleições legislativas de 6 de Dezembro último, que considerou ilegítimas e sem garantias.
O Governo da Venezuela denunciou o «carácter arbitrário» destas sanções, «sem qualquer base jurídica» nas normas do Direito Internacional, e condenou a pretensão de, com esta medida, «afectar de forma negativa» o processo de diálogo nacional que está a ser desenvolvido no país.
«Estas erráticas decisões revelam ainda a incapacidade do bloco europeu de entender, aceitar e respeitar a vontade do povo venezuelano e evidenciam, uma vez mais, a sua anacrónica política intervencionista e de ingerência para com a Venezuela», refere o comunicado.
O governo venezuelano sublinha ainda que a acção «ilegal» da UE constitui «uma espécie de afronta arrogante» à Organização das Nações Unidas, cuja relatora especial sobre medidas coercivas exigiu o levantamento das sanções impostas à Venezuela, tendo destacado os seus efeitos devastadores para a população venezuelana.
A República Bolivariana da Venezuela reiterou o apelo à UE para que ponha fim à «sistemática agressão contra o povo venezuelano e abandone, de uma vez por todas, os vestígios e pretensões neocoloniais na sua aproximação à América Latina».
Para além disso, no comunicado a Venezuela diz esperar que o «fracasso dos planos intervencionistas» leve os governos europeus a alterar o seu posicionamento, possibilitando o estabelecimento de «novas relações de respeito mútuo» e para «a reconstrução da confiança necessária que a UE tanto se empenha em destruir».
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