A reabilitação ambiental das antigas áreas mineiras abandonadas, com o objectivo de eliminar os factores de risco para a saúde e segurança públicas, e também para o ambiente, foi apresentada pelo Governo, em 2018, como uma «prioridade».
O processo não evoluiu e a Associação dos ex-Trabalhadores da Minas de Urânio (ATMU) da Urgeiriça alerta mais uma vez para a necessidade de a entidade gestora das áreas mineiras estatais (EDM) avançar com a requalificação ambiental de todo o perímetro circundante à antiga mina, retirando o urânio que continua armazenado na Urgeiriça, e com a descontaminação química e radiológica, nomeadamente das casas construídas com pedras da mina.
A reivindicação foi um dos temas da reunião tida recentemente com o grupo parlamentar do PCP, que já questionou o Governo sobre o atraso na recuperação do passivo ambiental, cujos perigos derivam do potencial radioactivo do urânio explorado durante décadas.
Os antigos trabalhadores colocam ainda a necessidade de perpetuar, através de uma estrutura museológica, a memória e a importância social, antropológica e económica que se desenvolveu em torno da exploração do urânio.
O PCP, que foi o primeiro partido a apresentar as iniciativas que conduziram ao reconhecimento de todos os funcionários da antiga Empresa Nacional de Urânio (ENU) como trabalhadores de «fundo de mina», garantindo-lhes o acesso à antecipação da reforma, monitorização médica (estendida aos respectivos familiares) e direito a indemnizações estatais, defende que as populações têm o direito de viver em zonas ambientalmente sadias.
Neste sentido, questiona o Governo sobre a evolução da recuperação das habitações, nomeadamente quantas se prevê recuperar e que valores radioactivos foram medidos nas casas já recuperadas. Recorde-se que esta reabilitação faz parte de um compromisso assinado em 2008 pelo governo da altura com a então comissão de moradores, no qual ficaram estabelecidos os métodos e o âmbito das obras a levar a cabo, bem como a importância da sua celeridade.
O grupo parlamentar do PCP quer saber ainda quando será removido o stock de urânio armazenado na Urgeiriça, qual o ponto de situação do estudo epidemiológico à população, cujas casas ainda não foram descontaminadas, e de que forma vai o Executivo de António Costa apoiar a instalação da estrutura de tipo museológico naquela localidade.
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