Quase 80 autores de sete países vão expor as suas obras no primeiro andar da Casa da Cultura de Beja. Mesmo sendo forçados a cancelar a edição do ano passado, assim como a diminuir consideravelmente o número de exposições, a organização do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja está confiante com a decisão de manter a sua realização. «O importante é fazer-se o festival», declarou à agência Lusa, Paulo Monteiro, director do evento.
Treze exposições, nove individuais e quatro colectivas, exploram o trabalho de autores de Portugal, Brasil, Canadá, Espanha, Egipto, França e Itália. O contacto com outras culturas motivou o acolhimento da exposição de sete autores egípcios, «Shennawy, Tok Tok & Companhia», que nos permite enfrentar os nossos próprios preconceitos. «Olhamos para a cultura da língua árabe como se fosse mais ou menos uniforme e não é», afirma Paulo Monteiro, assumindo o entusiasmo, é «muito crítica a nível político».
Os protagonistas das exposições individuais, António Jorge Gonçalves, Bárbara Lopes, Jorge Magalhães, Luís Louro, Carlo Ambrosini, Nicolas Barral, Bartolomé Seguí, Lele Vianello e Vincent Vanoli, vão estar presentes no primeiro fim-de-semana do evento.
Com abertura amanhã, às 21h, na Casa da Cultura, o Festival vai contar ainda com a «apresentação de projectos, o lançamento de livros, conferências, oficinas, revisão de portfólios, sessões de autógrafos, e os famosos concertos desenhados», informa o comunicado da organização.
«O núcleo principal» da banda desenhada em Beja
A Bedeteca de Beja, uma biblioteca de banda desenhada, é uma de três existentes em Portugal. Contém um acervo «de álbuns de banda desenhada e revistas, composto por vários milhares de exemplares», de variados movimentos e tendências.
O equipamento conta também com um «Núcleo de Documentação e Pesquisa, um Núcleo de Cinema de Animação, Cartune e Ilustração, um Espaço Internet, um Núcleo de Trabalho (onde os autores podem realizar as suas obras), um Arquivo de Originais e Galeria de Exposições Temporárias».
O espaço, inaugurado pela Câmara Municipal de Beja em 2005, realizava várias actividades ao longo do ano: «o ateliêr de Ilustração Editorial e Infantil, o ateliêr de Ilustração Científica, o Toupeira – ateliêr de Banda Desenhada para adultos, e o Ouriço-do-Mar – ateliêr de Banda Desenhada para crianças, congregando, no conjunto, mais de 50 autores de banda desenhada da cidade e arredores».
Em 2020, por decisão do actual executivo do PS, reduziu-se significativamente o horário de funcionamento da Casa da Cultura, levantando, entre utentes e monitores, uma onda de contestação que culminou na entrega de um abaixo-assinado. Os novos horários impedem o normal funcionamento dos ateliers que há mais de 20 anos ali se realizavam.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui