Há cerca de uma década que as populações do Litoral Alentejano têm vindo a sofrer as consequências da suspensão dos comboios regional e inter-regional. Entretanto, já em Janeiro de 1990 o troço que servia Sines tinha sido desactivado no serviço de transporte de passageiros.
A reposição do serviço ferroviário «é um imperativo urgente para as populações do Litoral Alentejano» e uma «exigência de elementar justiça no que diz respeito à melhoria e à oferta de transportes», no sentido de «mais e melhor na mobilidade neste território», lê-se no abaixo-assinado.
A Coordenadora das Comissões de Utentes lembra que a decisão de encerrar este serviço, pondo fim a uma ligação ferroviária com mais de um século, provocou «consequências incontornáveis» às populações com destino ou origem em estações e apeadeiros como os de Setúbal, Alcácer do Sal, Grândola, Amoreiras - Odemira, Luzianes, São Marcos, Messines e Tunes.
O Município reivindica que o comboio Intercidades entre Lisboa e Faro volte a ter uma paragem em Setúbal, depois de quase dez anos de interrupção deste serviço. Na moção da maioria CDU, discutida esta quarta-feira numa reunião pública da Câmara de Setúbal, exige-se a reposição do serviço ferroviário que assegurava a ligação directa com o Algarve. O documento está alinhado com um projecto de resolução apresentado pelo PCP na Assembleia da República, que, entre outras medidas, propõe que o Governo faça diligências para a reactivação do serviço regional e inter-regional de transporte ferroviário no Alentejo Litoral e no distrito de Setúbal, «voltando a pôr nos carris os comboios regionais entre o Barreiro e o Algarve, e a passagem por Setúbal do serviço Intercidades Lisboa-Faro, com um comboio em cada sentido». Entretanto, a CP já manifestou disponibilidade para repor este serviço graças à recuperação de algum material circulante e à vinda de Espanha de várias carruagens entretanto adquiridas pela empresa. Foi em Dezembro de 2011 que a CP decidiu suspender a paragem dos comboios Intercidades em Setúbal e Alcácer do Sal e o transporte regional de Setúbal para Tunes. «O fim da paragem destes comboios em Setúbal assumiu, na altura, ainda maior gravidade perante as então recentes obras de remodelação e modernização da estação ferroviária de Setúbal, avaliadas em mais de 14 milhões de euros», assinala a moção. Por outro lado, a alteração implicou que os setubalenses, nas deslocações para o Algarve, passassem a ter necessidade de incluir trajectos de desvio entre Setúbal e o Pinhal Novo, no concelho de Palmela. A autarquia entende que a decisão, tomada por «justificações puramente economicistas que não tiveram minimamente em consideração os interesses do concelho de Setúbal», pode agora ser revertida perante a posição manifestada pela CP, em face de maior disponibilidade de material circulante. Neste sentido, considera «indispensável» que a tutela ministerial da empresa crie as necessárias condições para acelerar o processo de reposição do serviço Intercidades em Setúbal, de forma a que os munícipes possam voltar a utilizar estes comboios no Verão. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Local|
Setúbal quer voltar a apanhar Intercidades para o Algarve
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Perante esta realidade, os utentes exigem a retoma urgente do serviço regional e inter-regional de transporte ferroviário no Litoral Alentejano e no distrito de Setúbal, nomeadamente com a retoma do serviço regional de passageiros com paragem em Alcácer do Sal e entre Ermidas-Sado e Sines.
A colocação de comboio de passageiros em Luzianes-Gare, Amoreiras-Gare e Pereiras-Gare é outra das reivindicações, a que se junta a necessária reabilitação das estações existentes e a reactivação e construção de nova estação em Sines, como interface intermodal para o transporte público.
As comissões de utentes reclamam também uma articulação do transporte ferroviário e dos horários dos serviços Intercidades com as necessidades das populações e dos utentes, incluindo a consideração das deslocações pendulares.
A coordenadora lembra ainda que, para além de ser de baixo custo para os utentes, este meio de transporte é «amigo do ambiente», uma vez que contribui para a redução de gases com efeito de estufa e para a descarbonização.
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