Os participantes deste protesto defendem que a mobilidade das populações exige mais e melhores transportes públicos. Na moção aprovada por unanimidade, os manifestantes afirmaram que o direito à mobilidade «deve ser assegurado, fiscalizado e cumprido pelo Estado, única forma de garantir um verdadeiro serviço público de transportes como factor de coesão social e territorial».
A moção lembra que com o processo de desmantelamento e privatizações das empresas públicas de transportes, logo se sentiram as consequências para os utentes, fruto da alteração estatutária das empresas. O primeiro passo para a criação dos TST foi dado nos anos 80, com a segmentação da Rodoviária Nacional e ulterior privatização, por opções dos sucessivos governos. Com isto, os utentes consideram que «a lógica inerente é a da obtenção de lucros para os grupos económicos privados, nacionais e estrangeiros».
«Dão exemplos de problemas dos TST: frota velha, sem conforto, sem higiene, insegura»
Para os manifestantes, assim se explica «a degradação crescente na oferta de transporte e na sua qualidade». Dão exemplos de problemas dos TST: frota velha, sem conforto, sem higiene, insegura. Veículos sem as adaptações necessárias para utentes portadores de deficiência motoras, idosos ou para carros de bebé. Chamam ainda a atenção para que «os preços praticados são exorbitantes».
Os utentes queixam-se igualmente da falta de transportes a partir de determinadas horas e fins-de-semana. Acresce que nas horas de ponta avolumam-se os constrangimentos e dificuldades dos utentes no acesso ao transporte da responsabilidade dos TST. Denunciam também a total ausência de coordenação com os outros operadores de transportes, o que provoca viagens mais demoradas.
«Exigiram assim da administração dos TST um serviço de transportes público eficiente, com qualidade e segurança»
Exigiram assim da administração dos TST um serviço de transportes público eficiente, com qualidade e segurança. Reivindicam das autoridades competentes, designadamente da Autoridade Metropolitana de Lisboa, a fiscalização e a tomada de medidas adequadas e urgentes com vista ao cumprimento dos horários e percursos publicados, bem como a reposição de carreiras retiradas e necessárias às necessidades das populações.
A Comissão de Utentes da Margem Sul tentou entregar o documento em mão à administração, porém foi informada na portaria que existiam ordens para que não entrasse ninguém, sendo sugerido que enviasse via e-mail.
«A Comissão de Utentes da Margem Sul tentou entregar o documento em mão à administração, porém foi informada na portaria que existiam ordens para que não entrasse ninguém»
Esta manifestação contou com a presença dos Presidentes das Uniões de Juntas de Freguesia do Laranjeiro/Feijó, Almada/Cacilhas/Cova da Piedade/Pragal, Charneca/Sobreda e outros eleitos, de representantes da Câmara Municipal de Almada, do Movimento Associativo Popular, de Comissões de Moradores, de dirigentes sindicais, da Comissão de Trabalhadores da Câmara e do SMAS e da Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes.
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