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«Avançar é possível»

Esta foi a mensagem de Paulo Raimundo, que considerou também inaceitável «mais de 2 milhões de pessoas sobreviverem na pobreza, 700 mil dos quais, mesmo trabalhando todos os dias, não conseguem sair dessa situação».

O novo secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, interveio no encerramento dos trabalhos da Conferência Nacional que decorreu durante o fim-de-semana, após ter sido eleito por unanimidade na reunião do Comité Central realizada na noite deste sábado.

Na sua primeira intervenção enquanto secretário-geral, Paulo Raimundo reafirmou o compromisso do PCP «com os mesmos de sempre - os trabalhadores e o povo», sublinhando que a Conferência não «tratou da defesa dos interesses do capital, do aumento da exploração ou da rapina dos recursos do Estado, para servir uns poucos», mas sim da «iniciativa pelo trabalho, pela dignidade de quem trabalha, dos que produzem a riqueza e garantem o funcionamento da sociedade».

Num discurso abrangente às diversas áreas de actividade e aos inúmeros problemas com que o País se confronta, Paulo Raimundo denunciou os que olham para «o clima como nova oportunidade de negócio» e afirmou a iniciativa dos comunistas contra «a privatização da água» e pela defesa da floresta, dos ecossistemas e do ambiente.

A propósito da guerra, o novo secretário-geral do PCP apelou a uma solução política do conflito, afirmando que a Conferência não discutiu «como apoiar ou aceitar os caminhos da guerra, do reforço armamentista, das sanções, da destruição e da morte» e, «com a autoridade de quem sempre se opôs à guerra», alertou que «o fogo não se apaga com gasolina».

Quando está aberta a porta à revisão constitucional, Paulo Raimundo alertou para «novos assaltos à democracia, alterações às leis eleitorais e laborais ou golpes à Constituição», assumindo a luta contra a «ofensiva reaccionária, a ditadura do pensamento único, o fomento do racismo, da xenofobia e do ódio fascizante».

Numa intervenção muito aplaudida pelos cerca de 900 delegados e algumas centenas de convidados, Paulo Raimundo recusou o que considera ser «a brutal pressão, chantagem e ataque aos salários» por parte de um Governo que, ao mesmo tempo, «se prepara para dar de mão beijada milhões de euros ao negócio da doença e outros tantos às empresas distribuidoras de energia», nomeadamente através do Orçamento do Estado.

O secretário-geral do PCP criticou as opções do Governo do PS, «bem evidentes no Orçamento do Estado», opções que, na óptica do líder comunista, «com mais ou menos berraria e aparente discordância» merecem o apoio de toda a direita, nomeadamente do PSD.

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