O texto replica toda a narrativa e mesmo a terminologia utilizada recentemente sobre a ofensiva do exército sírio sobre as posições de várias organizações terroristas (como a antiga Frente al-Nusra) em Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco. O BE acusa as «forças militares leais a Bashar al-Assad» – leia-se, as forças armadas de um país soberano, a Síria – de «crimes contra a humanidade», os mesmos termos utilizados por meios como a Sky, a CNN, a Al Jazeera, o The Guardian, o The New York Times, a Reuters ou a Associated Press.
De acordo com o Ministério russo da Defesa, a situação humanitária no terreno tem vindo a agravar-se em virtude da recusa das organizações terroristas em cessar os combates e depor as suas armas, refere a Sputniknews. No início desta semana, o ministro dos Negócios Estrangeiros Sergei Lavrov acusou os terroristas de utilizarem os civis em Ghouta Oriental como «escudos humanos».
Há menos de duas semanas, no mesmo dia em que Israel invadia o espaço aéreo sírio num ataque em que perdeu um caça F-16, a zona da antiga feira de exposições de Damasco foi atingida por ataques de morteiro, disparados a partir de Ghouta Oriental.
A única fonte citada pelo BE no seu voto é o chamado Observatório Sírio dos Direitos Humanos, reconhecidamente hostil às autoridades soberanas da Síria e que funciona a partir de Londres. As restantes informações sobre alegadas vítimas têm vindo a público através dos chamados «Capacetes Brancos» – grupos que se notabilizaram pela sofisticada cobertura mediática de supostas operações de socorro.
Um dos seus maiores sucessos mediáticos surgiu em Agosto de 2016, quando publicaram imagens de um rapaz de cinco anos a ser colocado numa ambulância que correram mundo. Pouco tempo depois, o pai da criança veio denunciar que o filho foi utilizado como instrumento de propaganda e foram divulgadas imagens em que o fotógrafo dos «Capacetes Brancos» surgia com terroristas responsáveis por decapatições.
A ofensiva mediática sobre a operação militar síria contra as organizações terroristas surgiu na mesma semana em que, no Norte do país, várias forças sírias combatem a violação da integridade territorial por parte da Turquia, na região de Afrin.
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