O Ministério da Educação (ME) coloca à cabeça das prioridades da rede de bibliotecas escolares para o próximo ano lectivo «um trabalho mais aprofundado com as escolas de 1.º ciclo, integrando as bibliotecas nas dinâmicas de trabalho em sala de aula e formando os professores titulares de turma em práticas de formação de leitores e dinamização de literacia familiar», segundo comunicado referido pela Agência Lusa.
Entre os objetivos enunciados estão também a «avaliação de literacias» através de «instrumentos rigorosos para a avaliação da competência leitora» e a promoção da inovação pedagógica e flexibilidade curricular «enquanto espaço privilegiado do cruzamento de saberes disciplinares e do acesso a múltiplos recursos».
As bibliotecas deverão ser também um espaço privilegiado para a educação para a cidadania, promovendo comentários à actualidade e disponibilizando recursos que permitam «desenvolver conhecimentos e capacidade crítica».
Pretende-se ainda um «reforço das literacias digitais, através da promoção de leitura em diferentes formatos e da promoção da competência de leitura em texto e hipertexto».
Trabalho cooperativo entre professores e mais recursos
A tutela quer ainda implementar o referencial «Aprender com a Biblioteca Escolar», que promove trabalho cooperativo entre professores, coloca a biblioteca «no centro das atividades da escola e explora o trabalho dos professores bibliotecários como mediadores de aprendizagens».
Segundo o ME, as prioridades definidas para 2018-2019 pretendem colocar as bibliotecas «no centro da escola, reforçando o seu papel enquanto instrumento de promoção de melhores aprendizagens», obrigando a que sejam «disponibilizadas acções de formação, recursos digitais e documentação de apoio às escolas, já a partir de setembro de 2018».
Os objectivos agora estabelecidos pelo ME integram-se num conjunto de políticas positivas identificadas pelos professores no ano lectivo findo, nomeadamente «o reforço do desenvolvimento de competências fundamentais para as aprendizagens dos alunos; maior preocupação com as aprendizagens, em resultado, certamente, da adopção de práticas colaborativas que cruzam informação e permitem reforçá-las em determinadas áreas e em relação a cada um dos alunos; a centralidade dos alunos, objecto de maior atenção das equipas que unem esforços para a obtenção de melhores resultados»1.
No entanto, para atingir esses objectivos, será necessário que a tutela tenha em atenção e corrija os aspectos mais negativos registados pelos professores no mesmo ano lectivo, nomeadamente «o elevado número de alunos [por turma], a inexistência de crédito horário para se investir no trabalho colaborativo e na articulação entre os professores das diversas disciplinas em cada turma, a extensão dos currículos e a própria falta de motivação dos professores».2.
- 1. Luís Lobo, «Flexibilidade curricular numa autonomia condicionada», em AbrilAbril, 30 de Julho de 2018.
- 2. Idem, ibidem.
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