Em conferência de imprensa realizada por Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do PCP, os comunistas consideram que a realidade do país está marcada «pelo brutal contraste entre os lucros alcançados pelos grupos económicos e as dificuldades sentidas».
Lembrando os lucros astronómicos dos grandes grupos económicos, o responsável comunista, usando o facto de «nos seis primeiros meses deste ano, 13 empresas cotadas no PSI-20 acumularam lucros superiores a 3 mil milhões de euros», considerou esta realidade «escandalosa» se tivermos em conta toda a realidade social como os baixos salários e pensões, a inflação ou a visível degradação do SNS.
Os comunistas entendem que a riqueza produzida pelos trabalhadores é suficiente para responder aos problemas do país, mas que essa mesma resposta é desviada para os accionistas das grandes empresas, para fundos de investimento ou para banqueiros e especuladores. Os mesmos avaliam que estes elementos acontecem porque o Governo está ao «serviço do poder económico» e acusam este de recorrer «à demagogia, à mentira e à propaganda para disfarçar a sua política».
Para o PCP exemplos não faltam, e a descida do IRC para 15% está logo à cabeça na medida em que isso «significaria desviar em benefício dos grupos económicos, só nos primeiros 4 anos, 4500 milhões de euros de recursos públicos», dinheiro que poderia ser investido nas funções sociais do Estado.
Considerando que nas opções do Governo não estão as soluções para diversos sectores e que do primeiro-ministro «podem chover anúncios», o PCP afirma que «o caminho não pode ser o de mais injustiças e exploração, de abdicação dos interesses nacionais» e que «não prescinde de afirmar e lutar por soluções».
«Os lucros alcançados pelos grupos económicos, as margens orçamentais existentes mostram que é possível aumentar salários e pensões, melhorar as condições de vida, distribuir melhor a riqueza», afirmou o partido centenário.
Para este a solução é simples: «intensificar a luta dos trabalhadores e das populações sem a qual não haverá respostas», assim como «progredir na denúncia de uma política e de um Governo que não servem nem o povo nem o país».
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