Após a proposta avançada por António Costa para que a ex-ministra Elisa Ferreira venha a integrar a Comissão Europeia, diversas vozes dos vários espectros políticos vieram saudar a escolha, em particular por se tratar de uma mulher.
Entre elogios à sua experiência e competência «com rede europeia», Paulo Rangel, deputado do PSD ao Parlamento Europeu (PE), em declarações à Lusa, destaca o facto de ser, neste cargo, «a primeira mulher portuguesa».
Marisa Matias, eleita pelo BE no PE e falando à mesma agência, admitiu que ambas convergiram «na crítica à política económica monetária europeia […] e à austeridade», e assumiu que espera «que Elisa Ferreira possa ser essa voz forte», mesmo tendo em conta o quadro em que se verificou «o apoio explícito do PS à presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que tem uma política diferente».
Já para João Ferreira, deputado do PCP ao Parlamento Europeu (PE), ouvido pela Antena 1, «interessa muito o tipo de políticas que vão ser seguidas, mais do que quem vai a ser a pessoa designada para as levar a cabo. […] A experiência do PS no PE – numa composição da qual Elisa Ferreira fazia parte – não é propriamente positiva, no sentido em que foram tempos em que, neste domínio dos assuntos económicos, monetários e financeiros, houve sempre uma convergência da social-democracia europeia e do PS com a direita».
A actual vice-governadora do Banco de Portugal tem um vasto currículo em cargos políticos, tendo sido ministra dos governos do PS entre 1995 e 2002 e eleita ao PE entre 2004 e 2016, integrando em todo esse período a Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários. A socialista tem assim assumido, na sua carreira, responsabilidades directas em diversas medidas no âmbito do sistema financeiro de política económica, orçamental e fiscal.
Questões em que o PS sempre deu o seu o voto favorável, como é o caso do pacote da governação económica da União Europeia (UE), não permitem antever que, com Elisa Ferreira no cargo de comissária europeia, seja promovida qualquer inversão das políticas económicas e financeiras que vêm sendo seguidas a partir da vontade dos grandes decisores da UE e das suas instituições.
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