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Governo «ignora» dificuldades de pequenas e médias empresas

A Confederação Portuguesa das Pequenas e Médias Empresas (CPPME) critica a proposta do Governo e exige medidas para limitar a especulação de preços de matérias-primas, bens alimentares e outros factores de produção. 

A CPPME avança com propostas para uma política de desenvolvimento regional
Créditos / CPPME

Depois do flop das medidas destinadas às famílias, o Governo apresentou esta quinta-feira um pacote de apoio às empresas, cujas propostas, reconhece a CPPME num comunicado, «ignoram em absoluto» as dificuldades «de sobrevivência» de muitas micro, pequenas e médias empresas, em virtude do aumento dos custos de funcionamento. 

A Confederação admite que o programa de formação (ver caixa lateral) em contexto de produção, que as empresas há muito vêm reclamando, poderá ser, eventualmente, a medida capaz de abranger as MPME. «Numa primeira abordagem, todas as outras medidas apresentadas não são adequadas ao aumento global dos custos com matérias-primas e energia (combustíveis, electricidade, gás natural e gás propano) que se tem vindo a verificar», critica.

As micro, pequenas e médias empresas denunciam a «espiral inflacionária» e acusam o Governo de insistir no endividamento, e confundir apoios com créditos.

O ministro da Economia, António Costa e Silva, anunciou ontem uma linha de crédito de 600 milhões de euros, aberta a todos os sectores de actividade, que será operacionalizada até à primeira quinzena de Outubro. Mas, para a CPPME, aquilo que as medidas apresentadas pelo Executivo «avançam de mais significativo» corresponde a 900 milhões de euros de endividamento.

As micro e pequenas empresas reivindicam a reposição dos apoios à retoma nos sectores mais afectados pela pandemia, através de ajudas à tesouraria, a fundo perdido, e medidas efectivas para limitar a especulação de preços das matérias-primas, bens alimentares e outros factores de produção.

Mais uma vez, o Governo deixa de fora medidas como a fixação dos preços da energia (combustíveis, electricidade e gás) e a tributação dos lucros dos grandes grupos económicos. Esta sexta-feira, o primeiro-ministro alegou que o Governo foi até ao «limite» do que era permitido pela Comissão Europeia nas ajudas às empresas que estão a enfrentar um aumento brutal do custo da energia.

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