Nas conclusões da avaliação a Portugal no quadro do controlo pós-troika, o Fundo Monetário Internacional (FMI) lamenta «que a reversão total dos cortes salariais no setor público não tenha sido acompanhada por uma reforma mais fundamental do setor público». A instituição recomenda «medidas permanentes» nos salários do sector público e nas pensões.
Se em relação às pensões o FMI não é claro, a receita para reduzir a despesa com salários públicos passa por cortes no número de funcionários públicos.
O FMI reconhece que os níveis de investimento se mantêm em níveis muito baixos e que tem sido o consumo privado a assegurar o crescimento económico, ainda que anémico. O relatório revê em ligeira baixa o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), para 1%, menos quatro décimas que no relatório anual da instituição que reúne dados de todos os países.
O valor do défice público é mantido praticamente inalterado, passando para os 3%.
A taxa de desemprego prevista para este ano é de 11,8%, um valor superior aos dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (11,6%, menos 0,8% em relação ao mesmo mês de 2015).
O FMI aponta o Brexit como factor de risco para a evolução económica, apesar do chefe de missão da instituição em Portugal, Subir Lall, ter defendido que o efeito macroeconómico será reduzido.
As críticas centram-se no que o FMI chama «alteração de direcção das reformas», ou seja, a política de reposição de rendimentos e direitos.
A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, os outros integrantes da troika, tornaram públicas as conclusões da sua avaliação há uma semana.
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