José Manuel Constantino, que presidia ao Comité Olímpico de Portugal desde Março de 2013, sucedendo a Vicente Moura, é considerado um dos mais importantes pensadores sobre o fenómeno desportivo em Portugal, com diversos artigos e livros publicados. As universidades do Porto (2016) e de Lisboa (2023), atribuíram-lhe os títulos de doutor honoris causa.
Numa recente entrevista à revista Visão, no final de Julho, o presidente do Comité Olímpico de Portugal falava do olimpismo de hoje como «um negócio puro e duro, vendido aos patrocinadores», chamando a atenção para as políticas públicas em Portugal, que são «construídas sem memória». Sublinhava, então, que «a generalidade dos governantes, e não apenas no desporto, chega aos seus lugares de poder e acha que o País começa a partir do momento em que se inicia a sua governação», considerando que este défice de cultura histórica nas áreas de governação «prejudica a construção das políticas públicas» por não ser «possível construir novas políticas sem fazer uma boa avaliação das razões por que as anteriores falharam».
Na referida entrevista, José Manuel Constantino denunciou a posição do Comité Olímpico Internacional (COI) e do seu presidente, Thomas Bach, relativamente a Israel, questionando se «não está a acontecer nada na Palestina?». Criticando a «violação quer da trégua olímpica quer do direito internacional por parte da Rússia», afirmou não ver da parte do COI uma atitude «algo semelhante relativamente aos israelitas ‒ que criaram um grupo terrorista chamado Hamas e o armaram».
Por fim, deixou um apelo de apoio à «missão olímpica portuguesa», considerando que «participar nos Jogos Olímpicos é hoje um exercício extremamente difícil, complexo, trabalhoso, que demora muito tempo a construir».
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